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Rondonópolis
, 20 maio 2024
 
 

Afinal, você sabe o que é o ensino híbrido? Parte I

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Nos últimos meses estamos vivenciando um contexto que jamais poderíamos imaginar. Haja vista que o Brasil e o mundo estão enfrentando inúmeras dificuldades, em virtude da crise sanitária causada pela COVID-19, com alarmantes índices de mortalidade e infectados pelo vírus. Desse modo, fez-se necessário que o sistema de ensino, em todas as suas modalidades, buscasse a ressignificação, o aprimoramento e a adequação para a educação em consonância ao nosso cenário pandêmico, visto a necessidade do isolamento social. A suspensão das aulas tornou-se uma medida relevante para evitarmos a propagação da contaminação, considerando que a escola é um ambiente de interação contínua. Com isso, o ensino híbrido, também denominado blended learning ou semipresencial, tem sido uma proposta para o ano letivo de 2021, que busca contemplar todas essas especificidades. Você sabe o que é o ensino hibrido? Quais as suas propostas e modelos? Visto que esse assunto é de interesse de muitos pais, alunos e professores, e alguns ainda não possuem as noções sobre essa nova forma de ensino. Nessa conjuntura, buscamos explanar de forma simples e objetiva sobre essas pontuações.

Conforme José Moran, a educação híbrida ocorre quando se integra diferentes áreas do conhecimento, acrescentando também a junção entre as atividades da sala nos momentos digitais, presenciais e virtuais, articulando o processo de ensino formal com os informais. Vale enfatizar que existe um elo fundamentado no online e no presencial, em parte desse processo o compartilhamento dos conhecimentos ocorrem na sala de aula, e a outra por meios digitais, e nesse sentido, se complementam objetivando propiciar diferentes experiências, saberes e habilidades. Desse modo, considera-se que há uma reorganização do tempo e do espaço da aula, visando à continuidade do processo de ensino-aprendizagem. Pois, de acordo com Moran, “a integração cada vez maior entre sala de aula e ambientes virtuais é fundamental para abrir a escola para o mundo e trazer o mundo para dentro da escola”.

Entre os modelos do ensino hibrido, destacaremos o mais adotado: o modelo de rotação, que possibilita aos estudantes alternarem os momentos de práticas de atividades com roteiro fixo ou a critério do docente, podendo incluir leituras, produções textuais, debates ou explanação em pequenos grupos, tutoria, trabalhos escritos ou outras formas de apresentação, sempre contendo uma atividade online. Nesse modelo, ocorrem os “submodelos rotacionais, sendo esses: o modelo de Rotação por Estações, o qual os alunos revezam dentro do ambiente de uma sala de aula; o modelo de Laboratório Rotacional que a rotação ocorre entre a sala de aula e um laboratório de aprendizado para o ensino online; o modelo de Sala de Aula Invertida, no qual a rotação ocorre entre a prática supervisionada presencial pelo professor (ou trabalhos) na escola e na residência ou outra localidade fora da escola para aplicação do conteúdo e lições online; e o modelo de Rotação individual, em que cada aluno tem uma lista das propostas que deve contemplar em sua rotina para cumprir os temas a serem estudados” (Bacich, Tanzi Neto e Trevisani 2015, p. 43).

Outros três modelos também compõem as possibilidades do ensino híbrido: o modelo flex, o modelo à la Carte e o modelo virtual enriquecido. No modelo flex a maior parte das matérias são online, como explicitado por Horn e Stakes (2015, p.47): “o termo flex refere-se a cursos ou matérias em que o ensino on-line é a espinha dorsal da aprendizagem do aluno, mesmo que às vezes direcione os estudantes para atividades presencias”. Nessa proposta, os alunos possuem maior autonomia, podendo ser demandada com base nas especificidades de cada educando, como exposto pelos autores: “os estudantes movem-se pelo curso Flex de acordo com suas necessidades individuais. Professores estão disponíveis, presencialmente para oferecer ajuda, e em muitos programas iniciam projetos e discussões para enriquecer e aprofundar a aprendizagem, embora, em outros, eles estejam menos envolvido” (Horn; Staker, 2015, p.47).

No modelo à la Carte, utilizado com constância no Ensino Médio, possibilita o aluno a cursar disciplinas inteiramente online enquanto também frequenta a escola presencialmente. Convêm destacar que nesse modelo de ensino, o estudante pode optar em relação ao tempo e espaço para a realização das propostas educacionais. Em contraponto, na metodologia virtual enriquecida, o curso ocorre virtualmente acrescentando alguns artifícios tradicionais, ressaltando que “os estudantes raramente se encontram pessoalmente com o professor todos os dias da semana. Ela também difere de um curso totalmente on-line, porque as experiências presenciais são obrigatórias; elas não são meramente horas de expediente operacionais ou eventos sócias” (Horn; Staker, 2015, p.50).

Diante do exposto, acreditamos que se tornam necessários estudos mais aprofundados sobre as novas metodologias de ensino utilizadas com maior frequência nesse período pandêmico. E, que, com certeza, irão continuar a fazer parte da nossa educação atual. Dessa maneira, nesse texto relatamos brevemente sobre o ensino hibrido e seus modelos, a fim de que assim, novas discussões possam ser estabelecidas nos espaços escolares com toda a comunidade envolvida no processo educacional, para que possamos, coletivamente, elaborar estratégias e metodologias para prosseguirmos com a oferta de um ensino de qualidade.

 

(*) Luciene Teodoro das Chagas Passos, Eliane Aparecida Ribeiro de Amorim, Lhays Ingryd Soares Leite e Aldeny Alves de Oliveira; professoras na Rede Municipal de Educação em Rondonópolis.

 

 

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