23.4 C
Rondonópolis
 
 

Quem vê Rondonópolis

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

Num lugar qualquer do mundo nasce uma cidadezinha gestada pelo bravo Marechal Cândido Rondon. Pouco a pouco vai surgindo o loiro, o preto, o índio e finalmente os cara pálidas com um emblema no peito escrito: dinheiro e progresso e que se virem o resto. E para diversão desse resto surge o bar pinga do povo, o bar do Zé, o bar pinga a pinga e o bar bebo sim, mas caio não e muitos outros. Alguns bairros, um verdadeiro matagal, outros um buraco só, mas do lado de lá do arco íris um maravilhoso lugar encantado onde vivem os burgueses, os políticos, os empresários que estão sempre dizendo: vamos colocar esse povo preguiçoso para trabalhar. O eco que se ouve na periferia é diferente: coorre, corre ladrão, os cana vem ai! Ou ainda: sobe no pau que os soldadinhos de chumbo aí vem! E lá no lugar encantado ao redor de uma mesa farta: os senhores aceitam uma bebida forte, um cafezinho ou um chazinho?
Andando nessa cidade ouvi um rapaz correndo e gritando: sangue no chão! Sangue no chão! Peguei o embalo da carreira e saí louco gritando: sangue no chão! O ladrão tinha entrado na casa de uma senhora e felizmente ficou preso na chaminé da churrasqueira até que os bombeiros chegassem, mas enquanto isso a multidão de curiosos esbravejou: bem feito! E ele mal respondia: preciso de uns cascalhos para bancar minha candidatura! Vários santinhos espalhados no chão, homem do rio, Chico da égua, Zé da égua, João da luz. Chega de crueldade! Alguém bradou: políticos presos injustamente por pegarem emprestado o dinheiro do povo, eles ganham tão pouco, mas tão pouco e a gente nunca vê político fazendo greve para aumentar os seus salários! Bravo, bravo, o povo aclama! O senhor também deve ser um candidato.
O Rio Vermelho é a fonte na qual os ribeirinhos tiram da pesca a sua sobrevivência que nas feiras da Vila Operária e da Vila Aurora os seus belos pescados vêm oferecer. O ponto de Pedra com suas companhias de ônibus que logo cedo leva os trabalhadores para mais um dia de labuta dura.
Também há o comércio que foi assaltado mais de dez vezes por isso fechou as portas. E o povo? Prisioneiros dentro de suas próprias casas. Apesar disso, entre altos e baixos o povo rondonopolitano está sempre rindo do que deveria chorar. É do assalto, é da cara de espanto do outro frente a uma arma, é das pernas trêmulas do colega, é do ladrão de bolo da padaria que sai de bicicleta com a cara lambuzada, é do sorriso sem graça, entre outras caras e bocas.
O que posso dizer é que esse povo sempre acha um jeito de levar a vida na boa, e isso os tornam mais agradáveis, hospitalares e sorridentes. Afinal, para que levar a vida tão a sério se ela não passa de uma diversão da qual jamais sairemos vivos?

(*) Aluno: Marcelo Rezende Pires; professora: Bibiana Anjos Rezende; diretor: Marco Túlio Martins da Silva; Escola Estadual Daniel Martins Moura

- PUBLICIDADE -spot_img
  1. …e que as escolas da periferia de cidade continuem preparando seus alunos para viverem com um sorriso no rosto… para levar a vida numa boa…lembrando que a dignidade dever ser extensiva a todos, que as riquezas seja ofertadas a uma quantidade maior de pessoas. Que a educacao projete uma visao futura de esperanca e oportunidade de vida melhor a todos…

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Plano diretor: Justiça determina atualização em cidade de MT; em Roo projetos empacam na Câmara

Com a atualização do plano diretor atrasada há oito anos, a Justiça determinou que o município de Pontes e...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img