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Você não manda em mim!

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Já escutou essa frase? Aposto que sim, e asseguro que deve ter partido de algum adolescente. Acertei? Lógico! Não é tão difícil. Hoje em dia, quase todos os jovens acreditam que são “donos do seu próprio nariz” e que podem fazer o que bem entendem. A autoridade dos pais está praticamente extinta, e raros são os que podem se gabar acerca da boa educação de sua prole. O problema sempre existiu, mas vem se multiplicando de forma assustadora de uns tempos pra cá. Sendo objetiva: os pais pecam pela ausência de imposição de limites. Ora porque amam demais e querem agradar aos filhos de qualquer jeito, atendendo a todos os seus caprichos e procurando evitar que tenham frustrações e contrariedades. Ora porque estão por demais ocupados consigo mesmos, e não têm tempo para cuidar da educação dos pequenos, delegando tal função às babás, à escola, à televisão, aos videogames e aos colegas. Normalmente, os filhos mais voluntariosos, revoltados e carentes, ou foram excessivamente mimados ou abandonados por completo. Até nesse caso, o meio termo costuma trazer melhores resultados que os extremos.
Depois da situação instaurada, ou seja, depois que os filhos já estão mandando em casa, fazendo com que todos se calem ao erguerem a voz, entrando e saindo a hora que bem querem, cercados das companhias que julgam ser as melhores; fica realmente um pouco difícil “correr atrás do prejuízo”. Difícil, mas não impossível!
Difícil, porque pra chegar nesse ponto os pais acabaram cedendo demais, anulando-se enquanto autoridades, fazendo com que a hierarquia familiar praticamente deixasse de existir. Será necessário um novo posicionamento. Isso envolve mudança de postura e, automaticamente, coragem para implementá-la. Os que amam demais podem, simplesmente, temer a perda do amor dos filhos, uma vez que tudo o que fizeram até então foi, justamente, para não perdê-lo. Os que deixaram de criá-los por comodismo, além de um provável sentimento de culpa (dos que caíram em si, é claro), terão que arriscar-se, enfrentando a reação dos que guardam dentro de si, possivelmente, uma grande revolta por sentirem-se pouco amados ou menos importantes.
É hora de avaliar se os filhos também amam tanto quanto são amados. Se amarem, ainda doendo hão de reconsiderar caso os pais resolvam impor limites mesmo agora, depois que já estão grandinhos. Se não amarem, nada do que façam irá garantir que permaneçam próximos. Além disso, sempre existirá o perigo real de uma retaliação pelos anos de abandono, pouco caso e excessiva liberdade. Afinal, amor e respeito não se impõem, mas se conquistam. Os pais podem e devem tentar reverter essa situação, onde quem manda são os filhos. Sozinhos, acredito que será difícil, pois necessitarão de orientação. Não devem se envergonhar de procurar um profissional para ajudá-los. Muitas vezes, erramos pensando estar fazendo tudo certo. Essas histórias costumam não ter culpados, mas vítimas. Cada qual faz conforme pode. Uns pecam pelo excesso, outros pela omissão.
Procurar corrigir nossos erros é medida que se impõe para alcançar a paz de espírito e a felicidade. Sempre é tempo de reavaliar antigas posturas e partir para uma mudança.

(*) Maria Regina Canhos Vicentin é escritora – e.mail: [email protected]

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