Conversa de compadre

Oi sô Dotor, tudo bem co ocê? O dotor o que é direito? Ora, Gabiru você não sabe? Vou te explicar. O direito são as leis, as regras, que são utilizadas pelo juiz para promover a justiça. É pelo direito que você tem acesso à saúde, à educação, segurança e tudo mais. É dotor? É isso qui é o direito? Nois vai vota para ele ganhá. Aí quando ele cumeçá a trabaiá noís vai tê tudo isso. Nesse governo num tá teno nada disso. Após a conversa refletiu o Doutor: É o Direito no brasil (minúsculo de propósito, vez que desprovido da moral), é apenas um conjunto de regras e preceitos levados a efeito apenas para justificar a acobertar a ação criminosa de uma quadrilha chamada governo. Não há, nem pode haver, direito num país onde um processo demora, sem qualquer explicação plausível para isso, até mais de 20 (vinte) anos para uma solução. Não há, nem pode haver direito e/ou justiça aonde se nega o acesso à justiça pela fixação de taxas e custas exorbitantes e se é constantemente humilhado devendo provar a pobreza. Não há, nem pode haver direito e/ou justiça fora de hora, porque isso é uma injustiça. Não há, nem pode haver direito aonde o socorro só chega após a morte do paciente, ou seja, é como se o Corpo de Bombeiros chegasse sempre após o incêndio. Eis o Direito e a justiça brasileira. Não há, nem pode haver direito e/ou justiça aonde os poderes constituídos se ajuntam para assaltar e vilipendiar a sociedade e para legalizar isso mudam constantemente a lei. Não há, nem pode haver direito e/ou justiça aonde o os poderes constituídos se tornaram uma “casinha” de compadres a serviço da manutenção do sistema, tornando-se cúmplices na indiferença e co-autores da violência. Não há, nem pode haver direito e/ou justiça aonde alguns recebem superdireitos em razão da paternidade, da amizade ou do poder econômico. Não há, nem pode haver direito e/ou justiça aonde o dinheiro fácil e o enriquecimento ilícito é o objetivo e a prática constante dos governantes. Não há, nem pode haver direito aonde os pacientes morrem nos hospitais públicos por falta de atendimento, de medicamentos, de leitos e ninguém responde por isso e, quando responde, em regra é o enfermeiro ou médico, mas jamais o secretário, o ministro, o presidente. Não há, nem pode haver direito aonde a sociedade é lesada pela desídia, pela negligencia, pela preguiça daqueles que deveriam dar o exemplo e não se pode falar nada, porque senão… Bom, você sabe como é; eles não vão deixar de ser o que são; mas você, quem é você? Ponha-se no seu lugar, seu pobre mortal. É…, somos mortais. E se morrermos quem vai se importar com isso? As reuniões dos covis vão continuar ocorrendo alguns dias por semana. Notícias de última hora: “O presidente, viajou para passar um fim de semana em…”, “O governador, os deputados, os senadores, aumentaram os seus salários…. “; “O juiz está de licença …”; “A sessão está suspensa por falta de quorum”. E o seu direito? Ora, seu direito? Vê quem é você para ter direito, pague o seu tributo saia antes que te prenda por desacato à autoridade. Bom, como vimos pelo noticiário “Não vai haver reunião”. Ainda bem, o Gabiru não sabe ler.  (*)  Sebastião Lima  é advogado em Rondonópolis – e-mail [email protected]