Deixou o lar sem dizer nada,
Escolheu a rua como residência,
Enfrentou noites geladas,
Fraquejou a inteligência.
Tornou-se refém da droga,
Acabou tudo que tinha,
Em abstinência se afoga,
Vive numa vida mesquinha.
Conheceu o pó nocivo,
Entrou, nesse caminho infeliz,
Sem forças, permanece vivo,
E sem moral, ninguém te quis.
Mergulhado no fundo do poço,
Já não tem forças pra sair,
A corda está no pescoço,
A alma tende a sumir.
Muito magro, feito palito,
Do próprio nome se esquece,
Vai cometendo delitos,
Antes que o dia amanhece.
A calçada que o povo passa,
Ele adotou como sua cama,
A mente vive numa devassa,
Às vestes tem cor da lama.
Não há mais brilho no olhar,
Perdeu a vontade de viver,
Vê a morte se aproximar,
O que poderemos fazer?
Esse mal está aumentando,
Tem chegado aos vilarejos,
As clínicas super lotando,
Sinceramente é o que vejo.
A família já fez de tudo,
Tentando resgatar teu filho,
O sistema sabe e fica mudo,
Perdeu a força e o brilho.
Mas ainda há esperança,
Querem vencer essa batalha,
Pois com Jesus ninguém balança,
A vitória chega e se espalha.
(*) Francisco Assis silva é bombeiro militar em Rondonópolis – e-mail; [email protected]
Muito bem Francisco Assis Silva, você descreveu corretamente por meio da poesia, ao que vem acontecendo com uma parcela significativa de nossa população. O que mais me dói é que esses seres sofrem tanto e fazem a sociedade como um todo também sofrer, para enriquecerem uma pequena parcela de traficantes que vive na maior tranqulidade sem ser incomoda por quase ninguém. Essa pequena parcela de traficantes, às vezes, até recebe prêmios da sociedade e é chamada de “empresária”. Tudo isso é um absurdo.