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Estatuto da igualdade racial

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Está sendo discutido na Câmara Federal o estatuto da igualdade racial que dentre outras coisas o projeto traz orientações para o governo sobre como tratar os negros no Brasil. Ele torna obrigatória a identificação dos estudantes de acordo com a raça no censo escolar.

Pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde também terão de se auto-definir de acordo com a cor da pele. O estatuto prevê ainda a criação de cotas para negros nas universidades, no serviço público, em empresas privadas e nos partidos políticos.

Mas afinal, quem somos? Qual a cor da nossa pele? Será que somos brancos, negros, amarelos, vermelhos, ou somos simplesmente brasileiros. Será que ainda existem 10% da população que seja de fato negra, sem miscigenação? E a população branca?

Talvez os chamados vermelhos (índios) existam em maior quantidade sem se misturarem, mas e o resto? Não somos todos brasileiros? Por que esta discriminação? Cotas, isto também não é um meio de se discriminar?

Será que quem impõe estas cotas não esta pré-estabelecendo que o cotado seja inferior? Creio que é bom refletir. E depois, como se auto-define negro ou branco, baseado na cor da pele ou nos sentimentos? Eu por exemplo sempre digo que sou moreno (ou seja, sou miscigenado) branco de ar condicionado, branco do cabelo ruim, branco com raízes negras. Mas não são somente raízes negras, tenho raízes coloridas: bisavós maternos índios com espanhol, paterno: negro com português; meu avô materno era moreno com olhos verdes e cabelos lisos e negros, não se nega a origem indígena, meu avô paterno era branco dos olhos azuis e do cabelo “pixaim” como dizia a minha mãe.

Afinal qual a cor certa de me autodefinir? Sou banco, sou negro, sou índio, hum, não sei. É bastante complicada esta coisa de se autodefinir.

Já li declaração de membros de movimentos negros que acreditam que ser chamado de moreno, moreno claro, não é correto, que somos filhos, netos ou bisnetos de negro, negro somos. Mas será assim mesmo?

No vestibular de uma universidade federal conceituada no país, há cerca de dois anos, um irmão foi aceito como negro e o outro não. Por que, se são filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Mas o que ocorre é que pai branco com mãe negra (ou vice e versa) o filho tanto pode sair mais moreno como mais claro.

Não me entendam errado, mas quero fazer aqui uma analogia com base na aplicação da genética em bovinos, foto muito comum no Brasil se fazer cruzamento de gado de leite, porque as principais raças que aqui chegaram foram a holandesa e a gir.

A holandesa produz uma maior quantidade de leite, mas tem pouca resistência ao calor por se tratar de uma raça europeia, já a raça gir, que veio da índia, tem muito mais resistência mas produz menos leite. Em resumo, o Brasil está criando a raça girolanda, uma mistura de ambas.

Aonde eu quero chegar: quando se cruza um gado gir com um holandês você tem um meio sangue, que pode ser dito meio sangue holandês ou meio sangue gir, já que é meio. Esta cria (meio sangue) cruzada com um holandês passa a ter ¾ de sangue holandês, e 1/4 gir, ou seja, vai ser mais holandês do que gir; cruzado este animal ¾ com outro, novamente holandês, ele passa a ser 5/8 holandês e 3/8 gir; e vai ate a purificação por cruza voltando a ser totalmente holandês.

Ou se fizer este processo com o gir acontece a mesma coisa, até novamente a purificação por cruzamento.

Porque com as pessoas não acontece a mesma coisa, porque se só o meu bisavó era branco e ou era negro eu na quarta geração ainda vou ser negro ou vou me declarar negro. Ajudem-me a descobrir.

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  1. Infelizmente estamos atrasados novamente!
    Será que vai funcionar?
    Isso está parecendo o “apartheid” regime político abolido na década de 90.
    O mais estranho é que esta segregação não é só racial. Note que pessoas pobres independente da cor, também têm problemas para mudar para uma classe social mais elevada. Elas estudam nas piores Escolas, abandonam a Escola por necessidade de trabalho, muitas vezes para ajudar nas despesas da família. Suas oportunidades de emprego normalmente são oferecidas pelos que exercem os cargos menos remunerados e com os menores benefícios, “subempregos” seus relacionamentos pessoais são com pessoas da mesma “Classe Social”. Normalmente se casam grávidas ou “moram” com membros do grupo e o ciclo se completa e começa tudo novamente.
    Será que um dia alguém vai criar um “Estatuto da igualdade Social” para compensar os danos sofridos pela maioria da população brasileira?

  2. Parabéns pelo artigo! Concordo que criar cotas é discriminar. Igualdade para todos, com os mesmos direitos, sem necessária instituição de cotas, que no meu entender traz implícita a noção de que quem a obtém é pobre, é diferente. É isso que queremos? Ou precisamos apenas lutar para que se estabeleça a igualdade e se extirpe o mal do preconceito?

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