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Vaidade convence fumante a deixar o vício?

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noSegundo o Centro de Pesquisa e Intervenção do Tabaco da Universidade de Wisconsin, em Madison, a cada ano, entre 40 e 45% dos 45 milhões de fumantes nos EUA tentam largar o vício de fumar. Apenas 5% dos fumantes conseguem abandonar o vício para sempre.
Atualmente, um número crescente de candidatos à cirurgia plástica, nos Estados Unidos, está encontrando motivação para abandonar o cigarro por outras razões: a vaidade e a ameaça de não conseguir um cobiçado rosto, barriga ou seios novos. Nos últimos cinco anos, muitos cirurgiões plásticos americanos se recusaram a operar pacientes fumantes, especialmente aqueles que desejam cirurgias de lifting facial, abdominoplastia ou lifting de seios, procedimentos em que a pele é movida.
Para a Associação Americana de Cirurgia Cosmética, se um médico sabe que o paciente estava fumando no período em que passou por uma cirurgia em que a pele é removida, “tal conduta pode ser considerada negligência médica.” Por isto, os cirurgiões plásticos recomendam que se deixe de fumar pelo menos duas semanas antes e duas depois da cirurgia, embora alguns exijam um período ainda maior como segurança extra. Os cirurgiões plásticos americanos chegam a desenvolver planos para os pacientes deixarem de fumar, prescrevendo medicamentos, recomendando hipnose e grupos de apoio.
Investimento na aparência
“Deixar o cigarro de lado, além de ser uma ótima medida para a saúde, é uma atitude muito inteligente. Por que investir tanto dinheiro em uma cirurgia plástica, se após a cirurgia, o paciente não colabora para garantir os melhores resultados?”, questiona Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Num mundo voltado para a beleza como o nosso, a primeira vítima do tabagismo é a aparência do fumante. A grande vilã da história é a nicotina – um líquido tóxico existente nas folhas do tabaco e que já era utilizado em 1690, na França, como inseticida. “Além de causar a dependência, a substância tem efeito vasoconstritor na microcirculação sangüínea. Ou seja, reduz o diâmetro dos pequenos vasos, dificultando o aporte de oxigênio e de nutrientes que as células recebem por meio do sangue. Como conseqüência, a pele perde o viço e começa a envelhecer precocemente”, afirma o cirurgião plástico, diretor do Centro de Medicina Integrada.
A vasoconstrição causada pela nicotina compromete o processo de cicatrização após as cirurgias. Durante uma cirurgia que envolve o descolamento do tecido cutâneo, há uma natural diminuição da vascularização. Ou seja, a associação desses dois fatores: cigarro + cirurgia potencializa os efeitos negativos sobre a pele. Por essa razão, cirurgiões plásticos americanos estão deixando de operar pacientes que fumam. Além do risco de necrose e gangrena, há possibilidade de abertura da sutura e de a pele voltar a enrugar em razão da menor sustentação dos tecidos.
Segundo Penteado, “devido ao seu efeito vasoconstritor, o cigarro reduz a oxigenação do fluxo sangüíneo e retarda o processo de recuperação no pós-operatório. Além disto, compromete o sistema respiratório, deixando o paciente mais suscetível a infecções, problemas de cicatrização, necrose e intercorrências referentes à anestesia, trombose e embolias”, explica.
Ninguém desconhece a influência do fumo no câncer de pulmão, em outros tipos de câncer e nas enfermidades cardíacas. “Entretanto, a maioria das pessoas não sabe que existe uma relação causal entre o tabagismo e as complicações pós-cirúrgicas. Há, de fato, a necessidade de muita educação e divulgação para que as pessoas realmente sejam informadas sobre este fator de risco, que é modificável, por isso mesmo, é tão importante”, defende o médico.

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