Aumento da oleosidade da pele e sensibilidade alérgica fazem com que duas em cada 10 mulheres tenham inflamação recorrente na pálpebra que pode levar a outras complicações oculares.
A vaidade da mulher brasileira vai muito bem. Tanto que em plena crise a ABIHPEC (Associação Brasileira de Indústrias de Higiene Pessoal e Cosméticos) prevê um crescimento de 5% para o setor em 2009.
O problema é que a maquiagem pesada faz com que duas em cada 10 mulheres tenham blefarite (inflamação palpebral) recorrente. É o que mostra um levantamento feito nos últimos 12 meses pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, com 126 pacientes na faixa etária de 30 a 45 anos. O médico diz que o excesso de maquiagem pode provocar dois tipos de blefarite: a seborréica que corresponde a 70% dos casos e a alérgica que responde por 30%. Na seborréica, explica, o excesso de oleosidade da pele obstrui as glândulas de Meibômio, responsáveis pela produção da camada oleosa da lágrima que controla a evaporação do filme lacrimal. Já a blefarite alérgica inflama estas glândulas. Por isso, ressalta, ambas são acompanhadas da síndrome do olho seco. Os principais sintomas são:
· Vermelhidão e inchaço na borda das pálpebras.
· Coceira, queimação, olhos vermelhos e irritados.
· Visão borrada que melhora com o piscar.
· Lacrimejamento excessivo.
· Sensibilidade á luz.
· Caspa nos cílios.
As maquiagens cremosas que contêm óleo na fórmula devem ser evitadas pelas mulheres que têm pele oleosa, alerta o médico. Não quer dizer que a aplicação de sombras em pó esteja liberada. Isso porque, ressalta, a boa respiração da pele evita a proliferação de bactérias existentes na flora da pele e superfície ocular, principal causa da blefarite. Entre os erros mais comuns cometidos por quem tem pele oleosa, ele destaca o uso de cremes inadequados, dormir maquiada e esfregar as pálpebras vigorosamente. Outros fatores que favorecem o aumento da oleosidade, bactérias e alergia são a poluição, tempo seco, doenças auto-imunes e a troca constante de produtos, destaca.
COMO PROTEGER OS OLHOS
Queiroz Neto afirma que a reincidência da doença é a maior ameaça para a saúde dos olhos. Isso porque, aumenta o risco de infecções oculares, pode causar alterações na superfície da córnea e abscessos na borda da pálpebra – terçol e calázio. Além disso, comenta, do ponto de vista da beleza a inflamação persistente da pálpebra provoca a despigmentação, afinamento e queda dos cílios.
As recomendações do médico para prevenir recidivas da doença são:
· Evite maquiagem a qualquer desconforto.
· Limpe a pálpebra 2 vezes ao dia com solução específica para blefarite.
· Diariamente aplique nas pálpebras fechadas 2 a 3 compressas quentes feitas com água filtrada
· Massageia a pálpebra com movimentos circulares e horizontais 2 vezes por semana.
· Adicione à alimentação nozes e sementes linhaça.
· Interrompa o uso de lente de contato.
O tratamento medicamentoso, afirma, pode exigir aplicação de lágrima artificial, corticóide, antibiótico tópico ou em comprimidos, mas deve ser feito sempre sob supervisão médica.