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, 17 maio 2024
 
 

Educação e o aprender fazendo

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Eleri _U

Temos evoluído. Nunca a passos largos o suficiente que a nossa pressa por crescimento e desenvolvimento deseja. Mesmo assim, temos muita coisa para nos orgulhar como brasileiros.
Ainda mantemos o cacoete de falar mais das nossas mazelas, fraquezas e incompetências do que de nossas conquistas, avanços e capacidades. Algo típico de um país que ainda não encontrou o tom adequado das possibilidades que uma democracia permite. Mas sem dúvida chegaremos lá.
Uma dessas áreas é a educação. Diuturnamente criticada e notadamente permanecendo com vários déficits que escancaram a necessidade de mais atenção e esforço. Mesmo assim, é uma área que avançamos muito.
Olhando para trás e analisando a realidade dos meus avós e pais, a minha realidade e as possibilidades dos meus filhos, percebo que esta é uma história não apenas da minha família, mas reflete a do meu país. Conheço pelo menos uma centena de pessoas nessas condições históricas, o que não deixa de ser uma alegria.
Já houve época não muito distante em que ler e escrever (mesmo rusticamente) era um grande feito para a maioria dos brasileiros. Dominar as quatro operações tornava o sujeito praticamente um doutor. Com isso se diferenciava de muitos, tornando-se uma pessoa livre. E por isso, este era o limite visível da maioria dos brasileiros.
Mais adiante, também bastante recente (por volta da década de 70, dependendo da região do país), havia determinados limites que era permitido aos jovens sonhar. Supunha-se chegar a um determinado nível escolar e ‘finalizar’ os estudos. Era a fronteira possível e imaginável. Normalmente se exauria no primeiro grau completo. Era um orgulho para os pais e familiares.
O país foi melhorando e o acesso à educação foi se ampliando. O braço do estado passou a alcançar maior número de pessoas, principalmente às do interior, anteriormente esquecidas e entregues à própria sorte. Ampliou também as possibilidades e o sonho crível já era o do segundo grau (atual ensino médio).
Recentemente a faculdade, algo inimaginável para a maioria dos brasileiros há 40 anos, tornou-se um sonho possível. Contudo, temos de reconhecer que a qualidade do ensino e da aprendizagem não acompanhou essa expansão quantitativa.
Uma das questões mais eminentes e que preocupa educadores e principalmente a sociedade, justamente a que necessita do saber dos cidadãos-estudantes para melhorar a competitividade das organizações e do país em si, é a dificuldade de aplicação.
Saber fazer é ainda um grande desafio para os que se formam em boa parte dos cursos superiores. Os alunos não são culpados disso sozinhos, fato que muitos professores também se formaram nessa escola que embora acessível, exige o mínimo, e por isso tem dificuldade para exercitar o fazer. Criou-se um círculo vicioso que precisa ser quebrado.
A reclamação generalizada do empresariado, por exemplo, é de que muitos formados não conseguem exercitar o que lhes é exigido saber ou estão distantes do dia-dia dessas organizações. Precisam primeiro ser treinados, muitas vezes a partir do básico.
Em sala de aula, tenho observado que existe certa leniência de alguns alunos na prática do aprender. Percorreram o caminho de sua formação desse modo. Muitos preferem a passividade de ‘assistir’ a aula, ao invés de serem colocados como atores principais e, por conseguinte, responsáveis pelos resultados.
Exibem dificuldade gritante para fazer apresentações aos seus colegas e defender pontos de vista. O horror à defesa do trabalho de conclusão é apenas um exemplo elementar de suas dificuldades individuais. Também dão mostras da preferência por exercícios compartilhados e que não ultrapassem os exemplos já trabalhados pelo professor. O negócio é não forçar os limites mínimos. Os mais maduros e experientes são a exceção à regra.
As teorias da aprendizagem dão mostras incontestes de que aprendemos de várias maneiras, tais como olhar, ouvir, testar e discutir. Mas são unânimes em afirmar de que a internalização, quando o conhecimento passa a fazer parte do modelo mental do indivíduo, efetivamente apenas ocorre quando praticamos aquilo que entendemos.
Por isso, existe uma lógica importante na afirmação de que é mais eficaz e didático o exemplo para ensinar aos outros do que aquilo que falamos. Essa regra vale tanto para professores como para os pais.
Nessa evolução, é necessário acrescentar o desafio atual de que não é apenas aprender sempre. Agora é imprescindível aprender no ritmo alucinante das oportunidades que o mundo oferece.
Para quem quer evoluir e tem consciência disso, há a legítima sensação de que sempre se está perdendo algo, chegando à sensação angustiante de que nunca será possível acompanhar a evolução no ritmo que gostaríamos.
Outros não fazem a menor ideia do que isso significa e exercem a famigerada ‘despreocupação confortante’ que só a ignorância oferece. Acabam por se tornar ignorantes úteis nas mãos de outros.
Boa semana de Gestão & Negócios.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É professor do IBG, workshopper e palestrante – [email protected]

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