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Rondonópolis
, 17 maio 2024
 
 

“Rotatória assassina” necessita de adequações

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Marcas na guia mostram que veículos estão colidindo com a rotatória
Rotatória foi construída em 2012 para solucionar problemas no trânsito daquela região
Quebra-molas se tornou espécie de castigo para aqueles que abusam da velocidade
Marcas na guia mostram que veículos estão colidindo com a rotatória
Além da guia estar muito acima do nível da pista, rotatória ocupa praticamente toda a área, não tendo escape lateral para motoristas

O triste histórico de acidentes e de mortes junto à rotatória de acesso ao Parque São Jorge, na Avenida dos Estudantes (antiga MT-270), evidencia algo de errado no local. Desde a sua implantação, tem ficado claro que a rotatória foi executada com erros de engenharia que tem contribuído para ceifar vidas na avenida. O Jornal A TRIBUNA mostra nesta edição que a situação requer a urgente intervenção/adequação de engenharia/sinalização para evitar a continuidade dos acidentes.
No último sábado (10), por exemplo, no período da manhã, um veículo perdeu o controle após passar pelo quebra-molas que antecede a rotatória do Parque São Jorge, na Avenida dos Estudantes, quando seguia no sentido Jardim Atlântico. Conforme as testemunhas, o carro subiu na rotatória e passou por cima de uma de suas laterais. Mais tarde, foi a fez de um casal que estava em uma motocicleta se acidentar. O condutor não conseguiu fazer a curva da rotatória e os dois acabaram caindo, sofrendo ferimentos leves. Em uma rápida conversa com pessoas que estão na região diariamente, como é o caso dos motoristas de carros de frete, os relatos de acidentes no local são muitos e frequentes.
Em uma das mortes mais recentes, o médico Luiz Fernando Roewer, de 36 anos, perdeu a vida após se acidentar com sua motocicleta. Na ocasião, conforme as informações, testemunhas relataram que o médico perdeu o controle da motocicleta que pilotava, modelo Harley Davidson, ao se aproximar da rotatória. A motocicleta bateu na guia e o corpo do médico foi projetado para o outro lado da pista. No local, ainda há marcas do ponto exato em que o pneu dianteiro da moto bateu. Em 2013, um acidente ceifou a vida de uma jovem, que estava com o casamento marcado. Helena de Oliveira Pedrosa, de 18 anos, morreu após uma caminhonete atingir a motocicleta em que estava com seu noivo, que ficou gravemente ferido. O condutor da caminhonete perdeu o controle do veículo, invadiu o canteiro da rotatória e atingiu a moto. Após a colisão, o veículo ainda capotou. Em 2015, o motociclista Jardel Vendruscolo, 22 anos, morreu no Hospital Regional, poucas horas depois de um acidente ocorrido na Avenida dos Estudantes, próximo à rotatória de entrada do Parque São Jorge. Ele pilotava uma moto BMW S 1000 RR, quando teria perdido o controle ao passar por um ‘quebra-molas’ que antecede a rotatória. Esses são apenas alguns dos acidentes registrados no local desde 2012, quando a rotatória foi construída.
A implantação de rotatórias têm se mostrado uma solução eficiente para disciplinar o aumento do fluxo de veículos em diversas regiões da cidade. O dispositivo viário tem baixo custo, é rapidamente instalado e de fácil manutenção. A construção que disciplinou o trânsito no acesso ao bairro Parque São Jorge é apenas uma, das cinco existentes na Avenida dos Estudantes, antigo trecho urbano da MT-270. Ela foi construída em 2012, durante a gestão do ex-prefeito Ananias Martins, sendo que na gestão do ex-prefeito Percival Muniz recebeu algumas mudanças. Diferente das existentes no Parque de Exposições, na UFMT, na chegada do Anel Viário e no acesso ao bairro Colina Verde, a do Parque São Jorge apresenta uma maior extensão (raio maior) e altura da guia desproporcional quando comparada às demais. A obra ocupa quase todo o centro da pista e praticamente não há escape para o condutor em alguma eventualidade.
Além da clara necessidade de reformulação do projeto, outro problema explícito na região é o excesso de velocidade. Por se tratar de uma reta, os condutores acabam abusando e, ao chegar no quebra-molas, há o risco de perder o controle e acabar passando por cima ou colidindo na enorme guia, como já aconteceu. Devido as falhas da rotatória, em que não há necessidade de ser especialista para observar, o excesso de velocidade não é coibido com multas ou advertências aos condutores, mas, infelizmente, a punição acaba sendo com a vida.
REFORÇAR SINALIZAÇÃO
A reportagem do A TRIBUNA consultou o arquiteto e urbanista Alexandre Torres, que é pós-graduado em gestão de segurança do trânsito. Segundo ele, as dimensões da rotatória não são a causa dos acidentes, mas sim a sinalização deficiente e a imprudência. A rotatória teve as guias levantadas sem consulta ao Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Rondonópolis (Ippur), quando o mesmo estava a frente dos trabalhos. “Ela foi levantada devido a forte enxurrada que passa pela Avenida dos Estudantes, que passava por cima da rotatória destruindo tudo. O serviço foi realizado sem a autorização do Ippur. De forma técnica, não é o ideal, já que o correto seria solucionar o problema da enxurrada”, comenta. Para Alexandre, a dimensão da rotatória não é o causador de acidentes. “Quando foi levantada, o diâmetro foi diminuído. Se comparada com outra rotatória, como a da Rua Ary Coelho com a Avenida José Pinto, que eu projetei, quase não tem diferença na questão da altura”, explica.
Para o profissional, é necessário nesse ponto placas maiores e placas auxiliares, um reforço grande na sinalização horizontal e vertical, em que fique claro para o condutor, ainda distante, de que ali existe uma rotatória. É preciso também que exista manutenção dessa sinalização e garantia total de visibilidade para o condutor.
Apesar das recomendações sobre os pontos deficientes, Alexandre reforça a importância de respeitar as leis de trânsito. “Nada vai funcionar se o condutor estiver alcoolizado, por exemplo. Educação no trânsito é necessária. A cidade não tem uma campanha e investimentos para isso há anos”, completou.

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5 COMENTÁRIOS

  1. CULPA exclusiva do excesso de velocidade e consumo de bebida alcoólica, em todos os casos.
    A reportagem deveria destacar E PASSAR para a população se, nos exemplos citados, os condutores “FORAM OU NÃO FORAM” submetidos a exames de alcoolemia.

    SE o condutor nao tem responsabilidade, a rotatória “não tem nada com isso”.

    Sempre passo pelo local e sempre está bem sinalizado.

  2. Há um hábito de se fazer rotatórias com erro de engenharia, em Rondonópolis, já faz muitos anos. Só quem presta atenção consegue perceber isso! Vira e mexe estão fazendo obras em rotatórias (o dinheiro vem do governo federal, não é?). Agora eu fico pensando na cara dos engenheiros; aqueles que fizeram a graduação no boteco em frente à Anhanguera, é claro. Quanto é que vocês estão ganhando para mascarar os projetos?

  3. Já ouvi de várias pessoas que uma solução seria instalar próximo a rotatória fiscalização eletrônica (radar).
    Apesar de concordar com tal solução, logo vem uma resposta OCULTA das autoridades: “tá louco… fiscalização eletrônica é feita para gerar receita para a prefeitura e para o governo… não para salvar vidas! Numa posição dessas (pouco antes da rotatória) o percentual de multas geradas seria muito pequena”.
    Infelizmente fica muito clara essa percepção uma vez que só vemos fiscalização em retas sem obstáculos e possíveis perigos; além é claro dos semáforos (local ideal para gerar receita, uma vez que o motorista não deseja ficar parado por muito tempo aguardando os semáforos ASSÍNCRONOS de nossa querida Rondonópolis.

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