Chuva provoca transtornos e arrasta carros

Novamente, uma das áreas mais afetadas foi a Avenida dos Estudantes, local em que veículos foram até arrastados pela força da enxurrada

A forte chuva que atingiu a cidade ontem (1º), por volta das 13h, expôs mais uma vez os problemas antigos de Rondonópolis devido a falta de drenagem e à incapacidade de vazão das águas fluviais. Novamente, uma das áreas mais afetadas foi a Avenida dos Estudantes (antiga MT-270), local em que veículos foram até arrastados pela força da enxurrada.
O problema maior foi registrado na parte que fica abaixo da rotatória do bairro Colina Verde. Populares que estavam na agência da Ciretran de Rondonópolis registraram a situação em fotos e vídeos. A maioria dos veículos atingidos era de pessoas que estavam utilizando os serviços do Detran e não tiveram tempo de retirar os carros quando a chuva começou. Apesar do susto, ninguém se feriu e os prejuízos materiais foram poucos diante da gravidade da situação. Como é de conhecimento de toda a população, a Avenida dos Estudantes sempre apresentou o problema e, para solucionar a questão, obras de drenagem em vários bairros e na própria avenida precisam ser realizadas. A resposta do poder público para a questão sempre esbarra no alto custo do projeto e a falta de recursos.

Contudo, esse problema crônico da cidade foi potencializado após uma obra de paisagismo, que começou a ser realizada no 1º semestre de 2017. Em maio do ano passado, uma reportagem do A TRIBUNA mostrava a preocupação com o aterramento da erosão que existe às margens da pista, sem que um projeto de drenagem fosse executado. A enxurrada que desce pela avenida seguia pela erosão, depois entrava em uma canalização, chegando até a Fernando Correia e desaguando na cabeceira da nova ponte sobre o Rio Vermelho.
Como a erosão havia sido fechada, muita gente se perguntou por onde a água iria passar. “Ou vai levar toda a terra embora e abrir o buraco novamente, ou vai inundar tudo lá para baixo. Aqui passa água demais, nem manilha resolve, tem que ser bueiro celular”, alertava um dos entrevistados na época. No dia seguinte à publicação da reportagem, choveu e parte da terra foi levada para a avenida e para o bairro Colina Verde, sendo necessário que caminhões pipa da Coder realizassem a limpeza dos locais atingidos.

Com a continuidade das chuvas, a terra da obra continuou a descer e causou outro problema: o entupimento das poucas galerias existentes na região. Duas reportagens sobre a situação foram publicadas pelo A TRIBUNA, no dia 7 de setembro, mostrando a necessidade de limpeza, e no dia 10 de setembro, mostrando que, após uma chuva e sem ter a galeria para passar, a enxurrada invadiu ainda mais a Avenida dos Estudantes.
Pouco tempo depois, uma nova situação: com as galerias ainda entupidas e a força da água, a Rua Dom Pedro II acabou rompendo em seu início, no acesso à Avenida dos Estudantes, deixando a via interditada até os dias atuais e causando muito prejuízo para os comerciantes da região. Comerciantes e moradores da região confirmaram ao A TRIBUNA que a enxurrada na região sempre existiu, mas que o fluxo de água que passa por cima da pista havia aumentado consideravelmente no último ano.
DEMAIS PROBLEMAS
Além da situação na Avenida dos Estudantes, a chuva de ontem provocou alagamento na região da Feira da Vila Aurora, como sempre acontece quando chove forte. Na região, apesar de o problema existir há vários anos, nenhuma obra para melhorar o escoamento da água está prevista. Outro ponto que registrou problemas diante da chuva foi a Rua Fernando Corrêa da Costa, nas proximidades da ponte do Ribeirão Arareau, local em que houve transbordamento de esgoto em uma obra recém-realizada. Na região do condomínio Terra Nova, um rio se formou na rua que dá acesso ao Residencial.