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Rondonópolis
, 25 maio 2024
 
 

Idoso denuncia falta de assistência do Estado após problema em cirurgia

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Conforme apurado pelo A TRIBUNA, somente um médico oftalmologista da cidade fez na semana passada 3 cirurgias de correção particulares em pacientes que passaram pelo mutirão

Aposentado Getúlio Vieira da Silva: “Se eu não tivesse procurado um médico por conta própria, eu teria ficado cego” – Foto: Denilson Paredes

Um erro médico em uma cirurgia de catarata realizada durante a Caravana da Transformação, ocorrida entre os dias 3 a 17 de dezembro do ano passado, quando foram realizadas 7.266 consultas e 6.982 cirurgias oftalmológicas, por pouco não deixou um senhor de idade cego de umas das vistas. O paciente reclama da falta da assistência devida por parte do Governo do Estado. O grave problema só foi resolvido após o idoso procurar atendimento médico particular e desembolsar altos valores em dinheiro. Conforme apurado pelo Jornal A TRIBUNA, somente um médico oftalmologista da cidade fez na semana passada três cirurgias de correção em pacientes que passaram pelo mutirão do governo.
O aposentado Getúlio Vieira da Silva, de 68 anos, contou ao Jornal A TRIBUNA que procurou o atendimento da Caravana da Cidadania e fez uma cirurgia de catarata e implante de uma lente intraocular no último dia 6 de dezembro, mas teve complicações em um dos olhos, o segundo que operou. “O primeiro olho que operei, o direito, ficou bom. O outro olho eu senti que tinha algo errado desde a hora que o médico estava fazendo a cirurgia. Ele não retirou a catarata e o implante ficou solto. Eu saí da cirurgia sem enxergar nada nesse olho”, denunciou.
Passado três dias após a cirurgia, sentindo dores e sentindo que havia algo errado com seu olho, ele atesta que procurou os médicos que o operaram, mas foi encaminhado para o colégio Renilda Moraes, onde foi atendido um dia após por outro médico. “Ele me examinou mas não descobriu que a lente tinha caído, que estava solta. Ele me mandou para casa e mandou que eu aguardasse o dia 10 agora (de janeiro), quando os médicos da Caravana vão voltar para fazer as revisões das cirurgias que fizeram. No penúltimo dia da Caravana nós voltamos lá e um médico olhou meu olho e viu que realmente havia uma infecção nele, mas mandou eu esperar o dia 10 de janeiro, para ver se refazia a cirurgia ou o que iria fazer”, contou.

Na foto, o atestado médico que aponta o erro médico na cirurgia de retirada de catarata – Foto: Denilson Paredes

Como sentia dores e temia pela perda da sua visão, o senhor Getúlio e sua família procuraram por ajuda médica particular. “Foi quando nós ficamos sabendo pelo médico particular que havia uma infecção, que a lente estava caída dentro do meu olho e não tinham feito a remoção da catarata. Aí, ele refez a cirurgia e agora estou de repouso, me recuperando, pois foi necessário colocar quatro pontos na nova cirurgia. Se eu não tivesse procurado um médico por conta própria, eu teria ficado cego”, afirmou.
Na opinião dele, a provável causa do erro seria a inexperiência do cirurgião que realizou a operação no seu segundo olho. “O primeiro médico me trouxe muita confiança, tinha a mão leve, fazia as coisas rápidas, de forma segura. Já o que realizou a cirurgia no meu outro olho foi diferente, demorou, tinha mão pesada. Eu já estava quase pedindo para ele parar, quando ele terminou o procedimento”.

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
Por conta do inconveniente e risco de perda sua visão, além dos valores gastos, até agora entre R$ 6 a R$ 7 mil, a família pretende recorrer a Justiça para cobrar uma indenização do Governo do Estado. “Nós ainda não terminamos todo o tratamento e ainda há valores que temos que apurar junto ao plano de saúde, mas eu acho que é justo receber o que nós gastamos de volta porque está claro que foi um erro dos médicos que fizeram a cirurgia”, informou a esposa do aposentado, Aparecida Gregório.
“Esses valores que nós gastamos é porque nós temos plano de saúde, mas eu sei de outra família que gastou R$ 15 mil só com a cirurgia e mais alguns milhares de reais de exames e remédios. É tudo muito caro, pois é feito um procedimento de urgência nessas pessoas”, completou.
Apesar dos problemas na cirurgia do aposentado, ele elogia a iniciativa de realizar as cirurgias, mas critica a forma e o local onde as mesmas foram realizadas. “Era um atrás do outro, muita gente fazendo cirurgia, tirando documentos… Eu acho que tinha que fazer em um lugar mais sossegado, para evitar esses erros”, opinou Getúlio Vieira da Silva.
Para ele, o Governo do Estado deveria ter mantido uma equipe de médicos na cidade, após a Caravana da Transformação, para atender aos pacientes que eventualmente tivessem complicações em seus procedimentos cirúrgicos, o que não aconteceu.

Durante a Caravana da Transformação, em Rondonópolis, foram realizadas 7.266 consultas e 6.982 cirurgias oftalmológicas – Foto: GCom/MT – Francisco Alves

OUTRO LADO
Procurado pela nossa reportagem, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que a equipe de médicos da Caravana da Transformação não é do quadro da SES, respondendo direto ao gabinete do governador Pedro Taques (PSDB), mas afiançou que vão procurar acompanhar o caso e esclarecer se houve erro e quem são os culpados. Ainda de acordo com a assessoria, em 11 edições da Caravana, onde foram realizadas mais de 43 mil cirurgias oftalmológicas, esse é o primeiro caso de possível erro médico detectado.

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