Trabalhadores dizem que têm solução para tirar Coder do “buraco”

A dívida da Coder atualmente chega perto de R$ 100 milhões e a Sinfra, segundo vereador, tem negado a pagar medições

Funcionários da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder) declararam ontem, durante a reunião da Ordem do Dia dos vereadores,  que já conhecem a solução para tirar a Coder do “buraco”.  Além disso, apresentaram a situação financeira atual da empresa que, segundo eles, tem uma dívida de quase R$ 100 milhões e, se o “rombo” continuar aumentando, terá que encerrar as atividades. Ao todo, a Coder conta com 488 funcionários efetivos, além de prestadores de serviços e terceirizados.
Um dos servidores apresentou aos vereadores o que eles estão chamando de “salvador da pátria”, que seria um projeto de Imunidade Tributária Recíproca, onde os entes da Federação isentariam as empresas públicas de tributos, o que se estenderia à Coder, que é uma prestadora de serviços do município e tem como acionista a administração pública.
“Nós viemos pedir que os vereadores marquem uma reunião com o prefeito para que possamos dar a ele esta alternativa. Com sua força política, ele conseguirá agilizar esse processo e, quem sabe, salvar a Coder, porque aí teríamos um abono dos impostos atrasados, pois o benefício é retroativo, e ainda teremos um saldo a receber da própria administração municipal. É um projeto interessante que ajudaria muito a empresa”, justificou o funcionário Ariosvaldez Rodrigues de Lima.
Outra funcionária explicou que eles estavam na Câmara “batendo pires”, pois precisam de dinheiro para arrumar máquinas. “Estamos sem receber. Antes pagavam nossos salários na frente ou junto com os servidores da prefeitura e até agora não recebemos. A Coder é a doméstica da cidade, quem está sustentando aquela empresa são os “laranjadinhos”, com vassouras, enxadas e carriolas. Precisamos de R$ 16 milhões para chegarmos até dezembro de pé. Há empresas que ainda não receberam de anos anteriores”, disse Maria Auxiliadora Dias.
Os vereadores Vilmar Pimentel e Batista da Coder, ambos do Solidariedade, explicaram que a situação atual já foi repassada ao prefeito e que, inclusive, eles alertaram o Zé do Pátio com relação a hipótese de fechamento da empresa por falta de recurso financeiro. “Falei que ele [prefeito] vai entrar para a história como o responsável pelo fechamento da Coder. Ele precisa fazer algo pela empresa, urgente”, disse Vilmar.
O vereador Batista da Coder foi ainda mais incisivo. “Usei a tribuna da Câmara, durante a última sessão, para expor a dificuldade que a empresa vem enfrentando. A secretária de Infraestrutura, Nívea Calzolari, negou o pagamento de mais de R$ 4,5 milhões em medição. Os serviços estão sendo feitos e não estão sendo pagos. A Coder deve R$ 700 mil para uma única empresa, como terá credibilidade para comprar novamente”, questionou.
O vereador e presidente da Casa de Leis, Rodrigo da Zaeli (PSDB), conseguiu contato com o prefeito durante a reunião. “Ele [Pátio] disse que vai reunir a diretoria da Coder para saber o que está acontecendo. Posteriormente, vai agendar uma reunião com os funcionários e eu, pessoalmente, vou cobrar este encontro. Tenho algumas coisas em pauta, como o andamento da auditoria que já foi paga e até o momento ninguém tomou nota de como está. Também vou cobrar a elaboração de um plano de recuperação para a empresa. Isso precisa ser feito o quanto antes”, defendeu Zaeli.