Acompanhando de perto a situação do Aeroporto Maestro Marinho Franco, e encabeçando a luta pela instalação de equipamentos para melhoria do atendimento à população, o Grupo de Mulheres em Prol de Rondonópolis, que tem hoje 120 integrantes, fala em retrocessos devido ao momento vivido. Nos últimos meses, o aeroporto vem enfrentando algumas dificuldades, chegando ao ponto da segurança ficar comprometida.
Um ofício interno, confeccionado pela ex-gerente do Departamento de Administração Aeroportuária, Daiane Tobias, enviado ao prefeito José Carlos do Pátio e ao secretário municipal de Transportes e Trânsito, Rodrigo Metello, comunicando a falta de combustível para efetuar as trocas dos turnos e a defasagem de bombeiros na Seção de Combate a Incêndio, o que acarretaria no cancelamento de todos os voos das empresas aéreas que atuam na cidade, deixou o grupo ainda mais em alerta.
O A TRIBUNA já vinha noticiando que o aeroporto enfrentava problemas com a falta de policiais civis e bombeiros em número menor que o ideal, quando o teor do ofício acabou “vazando”.
Integrantes do Grupo de Trabalho Aeroporto, Iracema Dinardi Peixoto e Gil Machado, em visita ao A TRIBUNA na tarde de ontem, lembraram que apesar dos esforços para melhorar o local, o aeroporto vive um momento de retrocessos. “Há 10 anos você pegava voos em Rondonópolis e estava no seu destino rapidamente. Hoje, são horas para se chegar até algum local, sem falar que os voos são cancelados do nada e nunca se sabe se conseguiremos chegar ao compromisso ou não. A cidade precisa ter um aeroporto grande, que comporte aeronaves maiores e tenha mais empresas e mais linhas. Hoje, a situação infelizmente não apresenta melhora, e o nosso temor é que ele acabe fechando”, comenta Iracema Dinardi, lembrando que situações simples, como o funcionamento da lanchonete, ainda são um problema.
Dentro de um pacote de privatização do Governo Federal, o aeroporto Maestro Marinho Franco tem a oportunidade de ser entregue à iniciativa privada, o que na visão do grupo seria uma solução para tantos problemas. “A gente sabe que essa questão da concessão demanda muito tempo, e existe o temor que o aeroporto acabe fechando as portas, prejudicando os empresários e a população. O aeroporto é fundamental para a economia da cidade”, comenta Gil Machado.
Conforme as integrantes do Grupo de Mulheres, várias reuniões foram solicitadas junto ao prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, mas até o momento o mesmo não atendeu o Grupo. “É preciso que o Governo do Estado e o prefeito façam algo, que apresentem um plano de emergência, ou o aeroporto vai acabar fechando, prejudicando muito a população”, completa Gil Machado.
RNAV
Desde o início do ano, o Aeroporto Municipal está no aguardo de uma vistoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a conclusão da análise do processo de certificação operacional, para que a unidade possa oferecer o procedimento de voos por instrumentos.
O pedido de certificação foi protocolado pelo Município no dia 23 de março, mas a vistoria até hoje não aconteceu. Diante das obras para ampliação do aeroporto, que são realizadas pelo Governo do Estado de Mato Grosso, e que estão paralisadas, a expectativa é de que, caso aconteça a vistoria, a homologação não seja aprovada pela Anac devido as obras abandonadas. Com isso, os problemas de cancelamento de voos devem continuar a acontecer.
Na tarde de ontem, por exemplo, o voo da empresa aérea Azul, de Cuiabá para Rondonópolis, foi cancelado “devido às condições climáticas”. Como o tempo estava aberto e não havia muita fumaça, os passageiros ficaram sem entender o que realmente estava acontecendo. A Prefeitura alega que os problemas “pontuais” foram resolvidos, e o aeroporto opera normalmente.
