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“Quando cheguei aqui, a cidade só tinha duas ruas”

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Ela chegou aos 21 anos em Rondonópolis, e aqui construiu sua família e um importante legado. Pioneira da educação, a série especial do A TRIBUNA com os pioneiros da cidade mostra nesta edição a história da professora Alzira Paniago de Miranda, a “Professora Zizi”, como é conhecida, que vive em Rondonópolis desde a década de 50 e lecionou em várias unidades escolares do Município.


Alzira Paniago de Miranda, 89 anos, pioneira da educação em Rondonópolis
Alzira Paniago de Miranda, 89 anos, pioneira da educação em Rondonópolis

pioneiros - Alzira Paniago - professora zizi1 - 08-07-17
Natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a profissão de educadora da pioneira Alzira Paniago de Miranda, a “Professora Zizi”, que hoje tem 89 anos, começou quase que por acaso. Como filha mais velha e com a mãe adoentada, Zizi se viu obrigada a deixar a escola, onde cursava a 1ª série ginasial, e cuidar dos nove irmãos.
Com isso, ela passou a dar aulas para eles em casa, e logo já estava ensinando os vizinhos e dando aulas em fazendas. Em meados de 1951, após uma passagem pela região de Rondonópolis, o pai da pioneira resolveu trazer toda a família para viver aqui no Município, juntamente com outras famílias de Campo Grande que também vieram se estabelecer na região.
Já na cidade, um fazendeiro de Campo Grande veio até Rondonópolis pedir ao pai de Zizi para que ela retornasse para o Mato Grosso do Sul, para dar aulas para os seus filhos e funcionários da fazenda. “Voltei para lá e fiquei lecionando por um ano na fazenda, depois retornei para Rondonópolis e me juntei aos meus pais e irmãos”, conta a pioneira.
Na cidade, ela iniciou o seu trabalho com educação no ano de 1959, trabalhando para o Estado. Deu aulas em escola particular e também escola rural, passou pela Escola Cadidé, na Vila Operária, bem como a Escola Daniel Martins Moura.
A professora Zizi ainda deu aulas também na Escola Rural da Vila Paulista, no Colégio Adventista, na Escola da Igreja Batista e por fim na Escola Estadual Pindorama, onde permaneceu por 10 anos e se aposentou, em 1990.
Passando por tantas unidades, a professora ensinou e formou inúmeros rondonopolitanos, e até hoje é parada na rua por seus ex-alunos. “É muita gente, não dá para lembrar de todo mundo. Esses dias encontrei um senhor na rua, e ele disse que foi meu aluno. Fiquei abismada, como pode esse velho ter sido meu aluno?”, brinca a pioneira.

Casamento com João Batista de Miranda durou 50 anos
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Professora Zizi se diverte com um peixe no anzol
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Do tempo de professora, Zizi lembra-se de histórias curiosas. “Eu tinha um aluno que dizia que sofria do coração, até passava mal. Um dia estava passando em uma rua e o vi sentado na varanda, com a família. Perguntei então para a mãe dele se ele estava melhor, a mãe falou que ele não estava doente. Acho que deve ter levado uma boa surra”, conta a pioneira aos risos. “Esses tempos estava na Vila Operária e um homem me parou e falou: a senhora se lembra de mim? Eu disse que não lembrava, então ele disse: eu sou seu aluno que sofria do coração”, conta a professora Zizi.
Com relação a Rondonópolis, a pioneira lembra que chegou à cidade quando só existiam duas ruas – as avenidas Marechal Rondon e Amazonas. “Tinha uns caminhos abertos para os lados, mas era tudo cerrado mesmo. Na Vila Operária, lembro que só tinha a estrada que ia para Poxoréu, e uma casa com o teto coberto de capim. Vi Campo Grande crescer, mas não achei que Rondonópolis fosse crescer tanto”, lembra dona Alzira.
Bastante lúcida, a professora tem como passatempo a leitura, especialmente da Bíblia Sagrada. No aconchego da família, o espanto mesmo foi em saber que existem unidades escolares que foram construídas quando ela lecionava, e que seguem sem reforma até hoje. “Por que fazem isso?”, questionou para a reportagem.
Na vida pessoal, a professora Zizi, logo que chegou a Rondonópolis, namorou por sete meses João Batista de Miranda, e depois casados, viveram juntos por mais de 50 anos. “Ele fazia medição de ruas, ajudou a abrir muitas ruas em Rondonópolis, Também era fiscal da Prefeitura, mas tinha muita malandragem, então ele acabou saindo”, conta.
O marido faleceu em 2004, juntos, tiveram 15 filhos, e 11 deles ainda estão no convívio da mãe. A professora tem ainda 24 netos e 18 bisnetos.

Em momento de lazer no litoral de Santa Catarina, onde reside uma de suas filhas
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1 COMENTÁRIO

  1. LA NO CAMPO LIMPO TEM DONA FRANCISCA FEITOSA, QUE MORA NAQUELA COMUNIDADE, DESDE OS ANOS 50 TAMBÉM. ELA FALA DO RONDONÓPOLIS COM COM DUAS RUAS. QUANDO EU CHEGUE EM 1963 JA TINHA RUAS ATÉ NA AV: BANDEIRANTES. E JA TINHA UM MOTOR PARA GERAR ENERGIA QUE FUNCIONAVA ATÉ AS 22: HORAS. KKKKKKKK MAS ERA UM TEMPINHO BOM!

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