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Rondonópolis
, 12 maio 2024
 
 

“Eu não acreditei em Rondonópolis”

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Nesta semana, a série de entrevistas especiais do Jornal A TRIBUNA com pioneiros de Rondonópolis, traz a história de Henrique de Freitas Ribeiro (83), que chegou a cidade em 1955. Recentemente, o senhor Henrique esteve em nossas páginas pelo fato de aniversariar no mesmo dia de sua esposa, Ana Ribeiro (83), que chegou junto a ele a Rondonópolis. Em um bate-papo em sua casa, no bairro São Francisco, local em que vive desde que o mesmo ainda se chamava Loteamento Alves, o pioneiro contou um pouco de sua história. Confira abaixo:


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Henrique de Freitas Ribeiro nasceu em Rio Verde, Goiás, e após se casar mudou para Rondonópolis em 1955. “Quando cheguei em Rondonópolis, primeiro trabalhei em uma fazenda. Depois, passei a trabalhar com diversos políticos”, conta o pioneiro.
Henrique trabalhou com os governadores Fernando Correa da Costa, Frederico Campos, Júlio Campos, Jaime Campos e Padre Raimundo Pombo, com os prefeitos de Rondonópolis Dr. Castilho, Cândido Borges Leal Júnior (Candinho), Zanete Ferreira Cardinal, Daniel Martins de Moura, Hermínio Barreto, além de políticos ocupantes de outros cargos como Louremberg Nunes Rocha, Benedito Canellas, Antônio Alberto Schommer, Wellington Fagundes, dentre outros. “O bom é que ninguém pode falar mal de mim para ninguém, porque trabalhei com eles e sei cada história”, brinca o pioneiro.
Ele conta que veio para Rondonópolis porque a fama da cidade chegou até Rio Verde. Como não era uma pessoa de bens, trabalhava em um garimpo, escutava dizer que o lugar era de se “aprumar” devido a agricultura, resolveu então tentar uma vida nova aqui na cidade.
“O povo aqui na época era muito pouco, não tinha médico, não tinha farmácia e a gente tinha medo dos pistoleiros, que roubavam terras dos outros. O trem era duro aqui, na Praça dos Carreiros vinha o pessoal de fora para vender sal, açúcar, arroz… O impulso de Rondonópolis foi a Praça dos Carreiros. Aqui só tinha mato e o povo doente, com feridas, para todo mundo que você olhava tinha uma ferida, e eu pensava que não ia aguentar viver aqui não. Mas, depois que chegaram os nordestinos, os russos, gaúchos, paranaenses… A cidade começou a crescer, e se tornou o que é hoje”, disse.
O pioneiro relata que em caso de problemas de saúde, era necessário ir para Poxoréu, onde existia apenas um médico. O trajeto era feito a cavalo. “Depois, chegaram os farmacêuticos e melhorou um pouco. A cidade foi se desenvolvendo muito rápido. O pessoal foi chegando, principalmente os nordestinos, a região todinha do Município foram eles que ajudaram a desenvolver. Depois, os gaúchos, russos, paranaenses, a cidade embalou”, afirma.

Casado com Ana Ribeiro desde 1955, os dois fazem aniversário no mesmo dia
Casado com Ana Ribeiro desde 1955, os dois fazem aniversário no mesmo dia

Questionado se ele imaginava que a cidade seria assim como é hoje, o senhor Henrique foi enfático. “Eu não acreditei em Rondonópolis, eu não confiei, jamais imaginei que a cidade fosse vingar. Se eu tivesse confiado eu não estava morando nessa casinha, estava bem melhor do que estou hoje. Era fácil conseguir terra, muita gente conseguiu áreas enormes”, lembra.
Apesar de não obter o mesmo sucesso financeiro que muitas pessoas conseguiram vindo pra cá, o pioneiro não se arrepende de ter vindo para a cidade, que considera um bom lugar para se viver. “Eu não lembrava de mim, achava que isso aqui não ia prestar. Eu ajudava pessoas a ganhar terra, mas não pegava nada porque achava que a cidade não ia pra frente. Rondonópolis era muito difícil quando eu cheguei, em tudo. Fui vencendo, a cidade cresceu e se tornou um bom lugar. Hoje estou aqui, não tenho nada, tenho minha casinha, meus filhos criados e muitas histórias pra contar”, relata.
Juntos, Henrique e Ana tiveram cinco filhos: Zuí, Cocão, Teti, Mariinha e Jesus Ribeiro. Possuem também 15 netos e 12 bisnetos.

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