A Segurança Pública de Mato Grosso, assim como de outros Estados do País, está em alerta desde as mortes ocorridas em presídios do Amazonas e Roraima, resultado de conflitos entre facções criminosas. Toda a situação está gerando preocupação em Rondonópolis, onde a unidade prisional, além de ter entre seus detentos membros de facções, também está superlotada. A Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, a conhecida Mata Grande, que atende toda a Comarca de Rondonópolis, tem hoje aproximadamente 300 detentos a mais que sua capacidade. A informação foi repassada ao A TRIBUNA por fontes que preferiram não se identificar, por questões de segurança.
A penitenciária tem capacidade para 650 reeducandos e o anexo da Mata Grande, para detentos provisórios, de 250. Contudo, hoje o anexo conta com aproximadamente 400 presos, e a penitenciária com pelo menos 800. Os números não são precisos porque existe uma rotatividade grande de detentos, mas a estimativa é de que, com capacidade para 900 pessoas, hoje a unidade tenha aproximadamente 1,2 mil.
Um levantamento do Ministério da Justiça apontou que o Estado de Mato Grosso tem risco eminente de conflitos dentro de suas unidades prisionais, e por isso, o Governo solicitou apoio da União para equipar as forças de segurança com itens como capacete, coletes e escudos.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) para saber se a Mata Grande está entre as unidades prisionais que inspiram cuidados, mas não obteve resposta. Contudo, servidores relatam que o clima no local é o de uma “panela de pressão”. Ainda de acordo com as informações, o número de agentes atuando na unidade por turno é insuficiente.
ESTADO EM ALERTA
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), atualmente, Mato Grosso possui 56 presídios, com 11.372 detentos. Desses, 41% são presos provisórios. Dados apontam que cinco organizações criminosas atuam no sistema penitenciário do Estado, sendo o Primeiro Comando da Capital (PCC), BadBoys, Baixada Cuiabana, Comando Verde e Comando Vermelho (CV), este que teria o maior número de membros, em torno de 2 mil.
O Governo de Mato Grosso informou que o sistema de Segurança Pública do Estado está em alerta máximo e executando plano de ação para minimizar os riscos de conflitos entre integrantes de facções criminosas dentro e fora das unidades prisionais. O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT) fez um alerta para o risco de que uma situação parecida com a ocorrida em Manaus, possa ser registrada no Estado.
Já o secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, classificou como “irresponsáveis” as críticas feitas a unidades prisionais pelo Sindspen. Jarbas garantiu que o Governo adotou medidas necessárias para aumentar a segurança nos presídios.
