O Governo de Mato Grosso está há quatro meses sem repassar o dinheiro que o município de Rondonópolis tem direito para área da saúde. A informação foi repassada na tarde de ontem (4) pela secretária municipal de Saúde Marildes Ferreira, que afirmou que o último mês que o recurso foi pago foi julho. Ela disse que a situação já afeta setores como a Atenção Básica, PSFs, Saúde Bucal, CAPSI, CAPSI-AD, SAMU e Farmácia Básica, que estão sendo mantidos por meio de recursos do próprio município.
A situação também compromete a Santa Casa e o Hospital Paulo de Tarso, que têm procurado outras formas para manter o funcionamento.
Segundo Marildes, o valor que o Estado deve para a cidade chega R$ 4.004.074,39. Ela disse que já tentou, de todas as formas, contato com a Secretaria de Estado de Saúde e vai fazer mais um esforço indo até Cuiabá, na próxima segunda-feira (8). “Espero que pelo menos o pessoal da Secretaria possa nos receber. Porque não acredito mais que esse atual Governo fará esse pagamento”, salientou.
A secretária citou, por exemplo, que a dívida com a Farmácia Básica, ao longo desses quatro meses, soma R$ 195.393,00. Com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), por sua vez, a pendência está em torno de R$ 285.626,25, somado do mês de agosto a novembro deste ano.
No caso do Hospital Paulo de Tarso, conforme Marildes, o último mês que o Estado repassou recurso foi em julho. Ela revelou que o valor do débito é da ordem de R$ 519,36 mil. “O Paulo de Tarso é um Hospital filantrópico totalmente SUS (Sistema Único de Saúde), então ele só tem recebido dinheiro do Ministério da Saúde que paga por produtividade”, explicou.
SANTA CASA
Já a Santa Casa emitiu nota informando que também está há quatro meses sem receber o repasse que o Governo de Mato Grosso efetua. O valor dá suporte para manter os serviços de atendimento nas unidades de internação UTI Neonatal, UTI Adulto, aquisição de insumos para o tratamento dos pacientes e pagamento dos médicos plantonistas.
Ainda segundo a nota, os valores em atraso são quatro parcelas de R$ 548.021,16 e duas parcelas de R$ 168 mil, que dão um total de R$ 2.528.084,64. Com o caixa reduzido, a unidade já acumula dívida com fornecedores e empresas terceirizadas que prestam serviços para a Santa Casa.
A assessoria de imprensa do hospital informou à reportagem que a Santa Casa está fazendo empréstimos junto a bancos parceiros e já pensa em contrair mais débitos para manter o pagamento do 13º salário dos funcionários. “A direção da unidade hospitalar espera que o governo resolva a questão no menor tempo possível, pois toda a população que depende do atendimento prestado pela Santa Casa será prejudicada caso os serviços sejam paralisados”, alerta.
Tanto a Santa Casa quanto o Hospital Paulo de Tarso são responsáveis por internar pacientes não só de Rondonópolis, como ainda de outros 18 municípios da região, o que torna a situação muito mais grave ainda.
