Cerca de 50 enfermeiros atuantes nas unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) participaram, na manhã de ontem (14), de uma formação técnica sobre ‘Linhas de Cuidado para Pacientes Falciforme’, ministrada, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, pela hematologista e hemoterapeuta Mariela Teodoro de Mello.
A ação da secretaria, segundo a gerente do programa de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, Rosimeire Teles, visa popularizar situações peculiares ao traço falciforme em meio ao próprio público profissional.
“Apesar de ser extremamente antiga e já com relatos científicos de 100 anos atrás, a doença falciforme ainda é uma novidade para as pessoas e, também, aos profissionais. Em Mato Grosso, por exemplo, a inclusão do diagnóstico dela no teste do pezinho entrou apenas em 2010 e em muitos lugares do Brasil só ano passado. Aqui, em Rondonópolis, temos um programa onde desenvolvemos discussões sobre o tema, mas no restante do Brasil apenas as capitais têm”, evidenciou Rosimeire.
De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano o Brasil registra três mil nascimentos de crianças com a doença, mas a realidade pode ser muito maior do que isso, segundo a gerente do programa em Rondonópolis. “No interior nós não temos ideia do tamanho do problema. Em nossa cidade registramos sete novos casos, entre adultos e crianças, mas em outros centros nós simplesmente não sabemos”, relata.
Apesar de ser presente na formação genética de afrodescendentes, Rosimeire diz que uma das informações erradas a serem ultrapassadas é de que apenas pessoas com pele negra é que podem ser portadores do traço falciforme. “A anemia falciforme, que é um dos sintomas e talvez o mais importante da doença, pode acometer qualquer pessoa que tenha antecedentes com raízes africanas. Acontece que em um país miscigenado como o nosso, é possível dizer que apenas negros são afrodescendentes?”, indaga.
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