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Rio Vermelho em situação degradante

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Um dos principais símbolos de Rondonópolis, o Rio Vermelho, está em processo de degradação permanente. As ocupações irregulares às margens do Rio e o lançamento de esgoto, que ainda hoje, não é o apropriado, foram alguns dos problemas visualizados pela reportagem do jornal A TRIBUNA na última sexta-feira (27). A falta de conservação da nascente e as pastagens nas margens também são problemas sérios a serem enfrentados.

De acordo com o presidente da Organização Não Governamental Associação Rondonopolitana de Proteção Ambiental (Arpa), biólogo João Fernando Copetti Bohrer, todos os anos, em período de seca, percebe-se mais facilmente a situação caótica do Rio Vermelho, pois a baixa das águas revela o assoreamento existente, especialmente, entre a cabeceira do rio até a Estação de Captação de Água (ETA) do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear).

Hoje são vários os fatores que contribuem para que o Rio Vermelho tenha uma qualidade de água ruim, esteja com o assoreamento agravado e perdendo suas Áreas de Proteção Permanente (APP). Na cabeceira do rio, a mata ciliar é aberta para a prática de pecuária e, ao longo do leito, ocupações irregulares ainda persistem, sejam elas barracos de famílias que aguardam áreas em assentamentos rurais ou construções de ranchos na Rodovia do Peixe.

O esgoto que é lançado no Rio Vermelho é, há mais de 20 anos, tratado de forma inadequada com as normas ambientais vigentes, contribuindo para a má qualidade da água e influindo no desenvolvimento da vida aquática.

“A Bacia Hidrográfica do São Lourenço, a qual pertence o Rio Vermelho, tem hoje a pior qualidade de água das bacias de Mato Grosso”, alertou Bohrer que acrescentou que está sendo criado um Comitê da Bacia Hidrográfica do São Lourenço com a intenção de buscar soluções para a atual situação.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Lindomar Alves, Rondonópolis passou por 60 anos de crescimento econômico e de destruição ambiental, um total desequilíbrio com a natureza, o que inclui os problemas atuais do Rio Vermelho. “Sabemos dos problemas do Rio Vermelho, mas temos apenas seis fiscais e estamos atendendo os casos mais urgentes”, defendeu e destacou que o Rio Vermelho “não é um caso esquecido”.

O problema do esgoto precisa ser enfrentado

Esgoto despejado contém matéria orgânica
Esgoto despejado contém matéria orgânica

Mesmo com melhorias realizadas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), o diretor do Sanear, Themis de Oliveira, afirmou que o esgoto lançado no Rio Vermelho ainda não é o adequado, ficando aquém das normas ambientais. Segundo ele, de acordo com as análises mensais da água feitas pelo Sanear, ainda há matéria orgânica despejada no rio, mas foi possível eliminar os patógenos.
No entanto, Oliveira destacou que até dezembro deste ano a ETE deverá estar funcionando no máximo da eficiência do tratamento do esgoto. “Temos um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público para que até dezembro o esgoto lançado já atenda a máxima eficiência ambiental”, ressaltou.
A ETE, atualmente, possui três lagoas e passará a contar, conforme o diretor do Sanear, com mais cinco lagoas com a finalização das obras em andamento na ETE. Sobre a não presença de funcionários da empreiteira no local das obras na sexta-feira (27), como confirmado pelo jornal A TRIBUNA, Themis de Oliveira disse que em alguns dias da semana o maquinário não está no local, conforme cronograma das obras.
OUTROS PROBLEMAS A SEREM SOLUCIONADOS
Para o presidente  da Arpa, biólogo João Fernando Copetti Bohrer, o problema do Rio Vermelho deve ser enfrentado de forma coletiva. A nascente deve ser recuperada, bem como as áreas de mata ciliar degradadas. As invasões em Áreas de Proteção Permanente (APP) – 100 metros do curso de água – devem ser combatidas e o esgoto deve ser lançado com tratamento adequado.
Segundo ele, caso se comece a atuar para a recuperação do Rio Vermelho, se pode vê-lo recuperado a longo prazo, por volta de 10 a 15 anos. “A princípio, pode também manter-se como está, para que não ocorra uma piora, mas será preciso conter novas invasões de áreas de mata ciliar, ou seja, pelo menos fazer cumprir a lei”, ressaltou.

Depois de suposto crime, a espera pela decisão da Justiça

Lançamento de esgoto in natura no Rio Vermelho ocorrido em maio de 2012
Lançamento de esgoto in natura no Rio Vermelho ocorrido em maio de 2012

Um dos casos mais emblemáticos de agressão ao Rio Vermelho foi registrado  em maio de 2012, quando ocorreu o lançamento, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, de 60 milhões de litros de esgoto sem tratamento no Rio Vermelho pelo Sanear. Na ocasião, o Sanear foi multado e o Ministério Público do Estado entrou na justiça com uma ação cautelar contra o Município de Rondonópolis e o Sanear.
Conforme o MPE, atualmente a ação corre na 3ª Vara Civil de Rondonópolis, sob a tutela da juíza Milene Aparecida Pereira Beltramini Pullig.
Segundo o MPE,  o processo está aguardando a Secretaria de Estado do Meio Ambiente apresentar no prazo determinado pela magistrada, os ensaios ecotoxicológicos, para determinar o efeito deletério de agentes físicos ou químicos aos organismos aquáticos do Rio Vermelho, pelo descarte de efluentes nesse corpo hídrico, e ensaios toxicológicos, para determinar o efeito de agentes físicos ou químicos aos organismos, visando avaliar o potencial de risco a saúde humana.
O processo também está na fase das audiências com os responsáveis pelo ocorrido.

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  1. Até quando ouviremos os responsáveis pelo meio ambiente, transito, segurança, saúde e tudo o mais, conjugarem os verbos no tempo futuro. Eu, pelo menos, ouço isso nos meus sessenta e cinco anos.

  2. Se os governantes, não cuidarem do rios que desaguem no rio vermelho, não vai resolver em nada à luta para evitar degradação do principal rio da região. Com uma década o RIO VERMELHO, estará nas condições do RIO TIETE.

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