250 empresas reivindicam áreas na cidade

–> LIBERADO –> O processo de crescimento de Rondonópolis continua gerando dezenas de novos projetos de investimentos empresariais. Atualmente são cerca de 250 pedidos de áreas do Município por parte de empresas junto ao Conselho Diretor de Política de Desenvolvimento Industrial (Codipi). A grande maioria dos pedidos trata-se de empresas já existentes em Rondonópolis. Além disso, o município tem sido alvo de grandes investimentos de grupos de fora em diversos segmentos, nos quais as compras das áreas são feitas por conta própria (veja nesta página).
O promotor (secretário) de Desenvolvimento de Novos Investimentos, Élio Rasia, explica ao Jornal A TRIBUNA que, no caso dos 250 pedidos, grande parte se refere a empresas locais que querem ampliar sua atuação no mercado ou almejam estar em regiões industriais e com facilidade para carga/descarga, longe da área central. Ele diz que muitas empresas instaladas em áreas centralizadas estão tendo complicações com a proibição da entrada de caminhões durante o dia na área central. Praticamente todas os pedidos junto ao Codipi são de empresas de pequeno e médio porte.
Os pedidos das empresas junto ao Codipi são de aquisição de áreas com valores diferenciados e, em alguns casos, de concessão de incentivos fiscais. Élio Rasia observa que grande parte dos pedidos são para áreas localizadas junto ao novo distrito industrial de Vila Operária, mas que ainda está com pendências na regularização da escritura, para posterior dotação da infraestrutura necessária. O secretário informou que os processos protocolados vão ter mais agilidade agora com a oficialização do Gabinete de Desenvolvimento Econômico e a formação da nova diretoria do Codipi, com representantes de vários segmentos.
A nova diretoria do Codipi, segundo a municipalidade, vai ser montada nesta semana.

Município na mira dos grandes investimentos

Com posição estratégica, pujança econômica, população de mais de 200 mil habitantes e expectativa de funcionamento da ferrovia, os grandes investimentos empresariais também estão chegando em Rondonópolis. O grande chamariz do município para atração de novos investimentos, segundo a municipalidade, é a logística a ser ofertada pelo terminal ferroviário, com previsão de inauguração nos próximos meses junto à BR-163.
O promotor (secretário) de Desenvolvimento de Novos Investimentos, Élio Rasia, informa que já começou a negociar novas propostas de grandes investimentos empresariais para a cidade. Ele explicou que também pretende fazer gestão junto a contatos antigos e a empresas que haviam sondado anteriormente a cidade e que, por algum motivo, não concretizaram seus investimentos. “O município está conquistando a confiabilidade dos investidores novamente”, atesta.
Conforme Élio Rasia, o terminal ferroviário será um grande atrativo para vinda de grandes empresas para Rondonópolis. Ele informa que o terminal vai melhorar ainda mais a arrecadação do município, com a agregação de valor da produção exportada. Aliás, observa que hoje Rondonópolis é um dos municípios com composição da arrecadação mais equilibrada de Mato Grosso, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Atualmente, os números dão conta que 38% da arrecadação do município advém do setor industrial. Inclusive, Élio Rasia aponta que a maior contribuinte, em valor agregado, consequentemente em impostos em Rondonópolis, é a Cervejaria Petrópolis (Crystal). Essa realidade mostra, segundo ele, que a estratégia de investimento na industrialização do município foi acertada. “Isso impacta diretamente na arrecadação de impostos”, diz.
Com o terminal ferroviário em ação, Rondonópolis deve se tornar ainda no maior centro distribuidor de combustível de Mato Grosso, com investimentos da Ipiranga, BR Distribuidora (Petrobras) e Raízen (joint venture formada pela Shell e Cosan). Além disso, com o funcionamento da Promotoria de Desenvolvimento de Novos Investimentos, a intenção é intensificar as viagens para outros centros, mostrando o potencial de Rondonópolis, fazendo convites e buscando novos investidores.

Grandes investimentos em Rondonópolis
Noble (fábrica de processamento de soja e biodiesel)
Investimento: Aproximadamente R$ 330 milhões
Geração de empregos: Aproximadamente 160 pessoas
Previsão de inauguração: Em 2013

Havan (loja de departamentos)
Investimento: R$ 23 milhões
Geração de empregos: 200 empregos diretos
Previsão de inauguração: Agosto de 2013

Assaí Atacadista (supermercado)
Investimento: R$ 45 milhões
Geração de empregos: 250 empregos diretos
Previsão de inauguração: Em 2013

Terminal Ferroviário (logística)
Investimento: R$ 700 milhões
Geração de empregos: Projeção de 3 mil empregos no complexo
Previsão de inauguração: Em 2013

Contratação de mão-de-obra é preocupação de empresários

Com a economia aquecida e novos investimentos, a contratação de mão-de-obra qualificada tem sido uma grande preocupação em Rondonópolis. A dificuldade para encontrar mão-de-obra especializada vem sendo verificada em todos os setores, seja na construção civil, nos grupos varejistas, prestadores de serviços ou nas indústrias.
Um dos maiores investimentos privados em Rondonópolis na atualidade é a construção da fábrica da chinesa Noble, junto ao terminal ferroviário. São aproximadamente R$ 330 milhões aplicados no empreendimento, com centenas de pessoas trabalhando na construção civil. Chama a atenção o grande número de trabalhadores de outras cidades na construção da fábrica. Inclusive, várias “repúblicas” foram criadas na cidade para abrigar esses trabalhadores.
A construção civil é um dos setores mais críticos para encontrar mão-de-obra especializada. Até para atender a demanda residencial de construção tem sido complicado encontrar bons profissionais disponíveis. A preocupação agora recai no começo da construção de grandes lojas do varejo na cidade, como da Havan, junto à Rua Fernando Correa da Costa, e do supermercado Assaí Atacadista, junto à Avenida Presidente Médici.
Ao Jornal A TRIBUNA, o empresário Helmute Hollatz, da Construtora Salas, atesta que a contratação de mão-de-obra tem sido um gargalo na construção civil e que vem se agravando mais, com a vinda de novos empreendimentos à cidade. “A Salas tem feito muito malabarismo e tem conseguido entregar as nossas obras no prazo”, observa, dizendo que tem um quadro de colaboradores sem grande rotatividade.
Nessa realidade, Helmute alertou que esses novos investidores, possivelmente, vão ter dificuldades para contratação de mão-de-obra e cumprimento de prazo para seus projetos em Rondonópolis. No entanto, anunciou que há várias iniciativas de entidades e do poder público sendo projetadas para atender as demandas dos vários setores da economia por profissionais.

ACIR quer fortalecer parcerias para qualificação

Diante da dificuldade de contratação de mão-de-obra qualificada frente à grande demanda, o presidente da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Rondonópolis (ACIR), Luiz Fernando Homem de Carvalho, o Luizão, anunciou ao Jornal A TRIBUNA que a entidade vem articulando esforços para aumentar cursos de capacitação, em parceria com Senac, Senai e Sebrae. Também pretende sensibilizar a Prefeitura para intensificar a atuação nessa área de qualificação.
Conforme Luizão, a vinda de muitas empresas para Rondonópolis está gerando uma situação peculiar no mercado de trabalho e que precisa da devida atenção. Ele alertou, por exemplo, que a vinda de empresas grandes no setor de varejo, diante da escassez de profissionais capacitados, tirará empregados de empresas já estabelecidas no mercado. Por um lado, cita que é bom para valorização profissional daqueles já empregados na cidade.
Luizão informa que a falta de mão-de-obra tem sido um fator limitante para a economia não só da cidade, como do Estado. No varejo, cita que as maiores demandas são nas áreas de atendimento, logística, estoque e vendas. Inclusive, diz que tinha intenção de expandir as atividades para Sorriso e Lucas do Rio Verde, mas o problema é a falta de profissionais capacitados. “Quem tem capacitação não está desempregado”, assegura.
Com a posse em breve do empresário Edson Ferreira no Gabinete de Desenvolvimento Econômico, a intenção da ACIR é buscar apoio para fazer novas parcerias para fortalecer a qualificação de mão-de-obra em várias áreas. “Temos que preparar as pessoas para as empresas que estão chegando. O desenvolvimento se faz com pessoas qualificadas”, avalia.