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Rondonópolis
, 9 maio 2024
 
 

Credores buscam apoio para reaver valores

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Pecuaristas credores do frigorífico Mataboi, que suspendeu as atividades neste fim de março em Rondonópolis, vão contar com a assessoria jurídica do Sindicato Rural de Rondonópolis na recuperação dos seus créditos junto à empresa. Para isso, o Sindicato Rural vai estar auxiliando juridicamente os pecuaristas atingidos pela inadimplência provisória da planta frigorífica local, cuja matriz fica em Araguari, Minas Gerais. A decisão foi externada em assembleia realizada ontem (05/04) no Sindicato Rural, na Vila Aurora, com a presença de quase 70 produtores prejudicados.
Conforme o advogado do Sindicato Rural, Sérgio Henrique Guareschi, em um primeiro momento, os credores do frigorífico da região sul do Estado vão utilizar a assessoria jurídica da entidade para verificação, manifestação, conferência e possível impugnação dos créditos habilitados junto ao juízo da Comarca de Araguari, em Minas Gerais, onde tramita o processo de recuperação judicial do Mataboi. Depois, o Sindicato Rural irá buscar junto aos representantes do frigorífico uma negociação benéfica para os produtores da região no projeto de recuperação judicial a ser apresentado.
O advogado Sérgio Guareschi ressaltou à reportagem do Jornal A TRUBUNA que, infelizmente, a única saída aos produtores prejudicados é buscar habilitar seus créditos junto à massa, não cabendo outra medida judicial. Contudo, ponderou que não é algo a ser resolvido de uma hora para outra. “Todo o processo que envolve o Poder Judiciário é demorado, mas que tem prazos legais a serem respeitados e seguidos, sob pena de acarretar na falência da empresa”, explicou. Por isso, enfatizou que a intenção é facilitar e onerar o menos possível os produtores que buscam recuperar seus créditos.
O presidente do Sindicato Rural, Miguel Weber, considera fundamental que a entidade a qual representa possa atender as demandas dos associados, por isso colocou a assessoria jurídica à disposição em mais esse caso que envolve a categoria. Para o presidente, a recuperação judicial é um artifício legal das empresas, mas, por outro lado, mostra que os produtores rurais estão desprotegidos diante de casos como esse. “Nós temos de criar meios, ferramentas legais que amparem o produtor, seja de soja, algodão ou gado. O produtor sofre para produzir, investe na produção, vende e, na hora de receber, fica em uma situação difícil”, lamentou.
Na lista dos credores, existem grandes pecuaristas, com valores vultosos a receber, chegando a R$ 1,2 milhão por um único credor, assim como pequenos pecuaristas. O produtor João Batista dos Reis, com propriedade em Poxoréu, é um dos pequenos com valores a receber. Ele conta que vendeu 12 cabeças de boi ao frigorífico Mataboi, totalizando um crédito de R$ 23,315 mil a vencer no dia 18 deste mês. Em todo o tempo de profissão, diz que é a primeira vez que se vê diante de uma situação como essa. Com o dinheiro, planejava fazer reposição do gado, comprando bezerros, e ainda inteirar para comprar um carro. Praticamente, argumenta que perdeu todo seu rebanho. “Faz falta demais; perdi tudo: olho para meu pasto e não vejo nada agora!”, conta. “Tem hora que deito, lembro do caso e não consigo dormir mais”, lamenta.
O Sindicato Rural externou que outros produtores com valores a receber do Mataboi e que não estiveram na assembleia de ontem podem procurar a entidade, visando ingressar com a iniciativa jurídica contra a empresa. Acredita-se que haja cerca de 180 produtores da região com valores a receber da empresa, que apresenta planta local junto à BR-163, saída para Campo Grande (MS). Novos interessados devem procurar o escritório do Sindicato Rural, localizado na Rua Otávio Pitaluga, 751, na Vila Aurora, visando deixar os dados necessários. O telefone é o 3423-2990.

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