Animais vivem o drama da rejeição

Aumenta, a cada, o número de animais abandonados pelas ruas da cidade. O maior índice é de cães e gatos sem donos. Segundo a presidente da Ong Cantinho de Proteção Animal, Mirna de Castro Mendonça, a saída para o controle da população felina e canina é a castração. “Quando se fala em abandono de animais em Rondonópolis, os gatos lideram os números. Quase que diariamente são abandonados felinos desde recém-nascidos a animais adultos. No caso de abandono de cães, a maioria acontece quando eles apresentam algum problema de saúde na fase adulta”, disse.
Ela explicou ainda que as pessoas acham os cães e gatos ‘bonitinhos’ quando filhotes. Porém, na idade adulta, quando adoecem ou apresentam problemas como sarna, já rejeitam o animal. A rejeição das pessoas também acontece, principalmente, com os filhotes de gatos. “Aqui na cidade a população tem o costume de levar o problema para a porta das outras pessoas. É constante o abandono de caixas com gatinhos nas portas das casas, ongs, associação, Horto Florestal e Arpa”, repassou.
Para Mirna Castro, cada dono de animal é responsável por ele. “A pessoa que pega um cão para criar deve providenciar todas as vacinas para o animal. Assim também com os gatos, onde é recomendado também a castração das fêmeas”, afirmou.
Um outro problema apontado pela representante da Ong é a preocupação que muitas pessoas têm em relação a gatos quanto a risco para a saúde humana. “Tem gente que acha que o gato transmite doenças ou seus pelos causam complicações respiratórias nas pessoas, o que não é verdade. Antes um gato em casa do que ratos. Os felinos são animais dóceis e limpinhos. Os donos é que devem cuidar da saúde e o bem estar deles”, externa.
ACOLHIMENTO
A ong Cantinho de Proteção Animal não tem projeto de construção de sede. Conforme a presidente da entidade, Mirna Castro, isso porque a sua proposta é a doação de animais e conscientização das pessoas para o cuidado da saúde dos cães e gatos e orientação para a castração das fêmeas.
Os animais abandonados, ultimamente, ficam acolhidos na casa de três representantes da entidade. Mirna de Castro acolhe em sua residência 52 gatos que estão para doação. Os interessados em adotar um cão ou gato pode entrar em contato pelos telefones 9979-1202 (Mirna), 9621-4438 (Elisangêla) e 8137-4940 (Chelle).
A vice presidente do Cantinho de Proteção, Elaine Nadalin, adotou dois cães e três gatos. Os animais fazem parte de seu dia-a-dia e da rotina de trabalho em seu estabelecimento comercial na Rua João Pessoa. “Todos eles são animais que foram abandonados porque estavam doentes. Hoje estão com boa saúde. A cadelinha  Sereia foi curada de câncer, alguns gatos foram tratados de sarna”, conta.
HORTO FLORESTAL
As pessoas que abandonarem animais, principalmente gatos, no Horto Florestal, estão sujeitas a responderem na Justiça por crimes de maus tratos. Nos últimos dois anos, mais de 100 gatos foram abandonados no local. “Quase todos os dias aparece um gato diferente e caixas de filhotes são deixadas ao relento na frente do Horto ou nas cercas laterais. A maioria são gatinhos recém-nascidos. Em muitos casos, eles acabam morrendo de fome ou pela ação das chuvas e sol. Quem for pego abandonando animais no local corre o risco de ser preso, pois vamos acionar a polícia”, avisa o gerente do Horto Florestal, Carlos Antônio Vargas.
Ele explicou que os animais que já estão no local estão recebendo água e ração que é comprada com recursos pessoais. Porém, é preciso achar pessoas que queiram adotar um animal. “O Horto não possui estrutura para acomodar animais. Os gatos estão causando problemas na estrutura do local. São constantes as reclamações dos pais, porque os gatos deixam suas fezes na areia do parquinho onde as crianças brincam”, revelou.
Centro de Controle de Zoonoses
Da Reportagem
O Centro de Controle de Zoonoses não recolhe gatos doentes ou sadios. Porém, mesmo assim, as pessoas encaminham estes animais à unidade localizada no Globo Recreio, saída para Poxoréu. Atualmente, no órgão, existem  gatos entre adultos e filhotes para doação. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone 3411-5189.  “O controle de zoonoses têm responsabilidade de receber animais com doenças crônicas como a raiva animal e leishmaniose. Gatos adultos ou filhotes e cães rejeitados não devem ser abandonados no órgão”, explica Mirna Castro
Animais de tração

Da Reportagem
Os representantes do Cantinho de Proteção Animal recebem, semanalmente, de três a 10 denúncias de maus tratos a burros, cavalos e outros  animais usados como tração de carroças. “Em geral, as denúncias são contra proprietários que agridem os animais com chicotes e até pedaços de madeiras. Isso, porque o animal já não apresenta rendimento no trabalho. Já teve caso de um cavalo apanhar e ser amarrado ao sol sem vasilha com água para beber”, disse Mirna Castro.
Segundo a presidente da Ong, um outro fato recente foi o atropelamento de um cavalo que ainda com vida foi abandonado ao relento na Vila Militar, próxima à Avenida Presidente Médici. “Moradores chamaram os Bombeiros, Centro de Zoonoses e Setrat. Ficou o jogo de empurra e só depois uma equipe da prefeitura foi ao local, mas o cavalo já estava morto”, lamentou.