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Sobre plásticas e retoques…

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noNenhuma cirurgia plástica aplaca os efeitos do tempo para sempre. O processo de envelhecimento continua, mesmo que um paciente insatisfeito opte por fazer diversas intervenções, seguidamente… Para alguns, o resultado da plástica nunca é satisfatório, não por causa de complicações ou de cicatrizes, a insatisfação é interna, uma sensação de que “algo ainda não está muito bom”. Para este grupo, o responsável pela “insatisfação” é sempre o cirurgião plástico que foi consultado anteriormente, que não entendeu bem seus anseios e desejos.
Hoje, devido ao grande grupo de “pacientes descontentes” com o resultado de suas cirurgias plásticas, muitos médicos americanos passaram a comercializar cirurgias plásticas de correção, conhecidas como “re-do”. Não é difícil encontrar sites de cirurgiões que descrevem em detalhes como um nariz assimétrico ou uma plástica insatisfatória podem ser corrigidos. Na rede social You Tube, há vários vídeos sobre o tema também.
Por causa da atual situação econômica americana, a cirurgia estética está em baixa, e o retoque em pacientes infelizes também passa por dificuldades. Mas, os médicos que fazem muitos retoques de operações plásticas como lifting e nariz (dois “re-dos” muito comuns) dizem que a demanda por este tipo de operação ainda é alta, por lá.
Retoques no Brasil
Por aqui, também não é difícil ouvir que uma amiga ou uma conhecida irá fazer um retoque na plástica… Os motivos de cada uma variam, dependendo do procedimento realizado. “Por exemplo, no caso da rinoplastia é difícil assegurar 100% ao paciente que o resultado final será este ou aquele, porque os cirurgiões plásticos não têm como controlar a cicatrização de cada paciente. Assim, a cartilagem pode ser muito grossa ou muito fina, a pele pode enrugar em cima de um nariz recentemente refeito e não obedecer à mão do cirurgião. É uma operação difícil, com muitas variáveis”, explica o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.
Para Penteado, quando o assunto são os retoques, a lipoaspiração é quase “um capítulo a parte”. “Hoje, apesar da cirurgia ser a mais realizada em todo o mundo, a lipoaspiração é também o procedimento mais sujeito a modismos, desinformação e especulação. Existe muita fantasia em torno do tema. O próprio termo ‘lipoescultura’ passa a idéia de que somos capazes de ‘esculpir’ o corpo. A realidade não é esta. Existem limitações técnicas que dependem do próprio paciente, bem como limitações que a própria técnica cirúrgica nos impõe. É fundamental que o cirurgião plástico esclareça o paciente sobre todas essas situações, pois pequenos ajustes, após o procedimento, podem ser necessários”, explica Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Muitas vezes, apesar da boa indicação da cirurgia, da técnica apurada e da plena colaboração do paciente, acontecem desvios na evolução do resultado, pois o organismo responde de forma dinâmica às alterações às quais é submetido. “O acúmulo de experiência na área e o aprimoramento técnico constante do cirurgião são fundamentais para a diminuição da quantidade e da amplitude dos retoques. Mas eles sempre vão existir e devem ser encarados com naturalidade, tanto pelo profissional, como pelo paciente”, argumenta Ruben Penteado.
É importante que o paciente saiba que existe um tempo natural para a plena recuperação da cirurgia plástica e que o resultado final, bem como a necessidade de algum retoque, só poderão ser observados após este período. “Para preservar o paciente e o cirurgião de problemas futuros, uma alternativa é detalhar no contrato de prestação de serviço todos os procedimentos que serão realizados, bem como o prazo máximo para a observação dos resultados finais. Como a cirurgia plástica não é uma ciência exata e apresenta evolução indefinível à exatidão, não é possível ‘contratar’ garantias absolutas. O contrato poderá ser um efetivo meio de comprometimento se for calcado numa ótima relação médico-paciente”, observa o diretor.
Desfazendo fantasias
Hoje em dia, a propaganda cria expectativas irreais nos pacientes. A idéia de que uma cirurgia plástica pode ser rápida, simples, indolor – adjetivos muito usados em comerciais para convencer os pacientes – gera muitas fantasias. “E quando a fantasia é exagerada, muitas vezes, o resultado imprevisto não é real, é apenas a manifestação de uma insatisfação pessoal. É fundamental identificar e desfazer fantasias antes mesmo da realização da cirurgia, sob o risco da não realização plena do desejo do paciente, o que pode gerar múltiplos pedidos de retoques”, recomenda Ruben Penteado.
Cabe ao bom cirurgião plástico esclarecer todas as dúvidas do paciente e dar as informações necessárias para uma boa indicação e evolução da cirurgia. “É importante convencer o paciente que sua total colaboração, tanto no pré, mas principalmente no pós-operatório, seguindo todas as recomendações é imprescindível para um bom resultado. Uma vez estabelecida uma relação de confiança mútua, a necessidade eventual de algum retoque passa a ser encarada como parte natural do processo”, diz o médico.
Em tempos atuais, o que antes chamávamos de “consulta médica”, passou a se tornar uma “visita para troca de informações”. O acesso à informação, proporcionado principalmente pela Internet, transformou a antes “verdade absoluta”, ditada pelo médico, em um “questionamento”. “Na cirurgia plástica, as dúvidas são muitas, tanto pela grande variação de técnicas possíveis para um mesmo procedimento, como pela avalanche de informações confusas que estão disponíveis na Internet, em revistas ou programas televisivos. Só é recomendável realizar o procedimento após a elucidação de todos estes questionamentos”, afirma Ruben Penteado.

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