A novela Paulo Henrique Ganso deve acabar nesta terça-feira. Informações de fontes ligadas à cúpula do Santos são de que se a terceira proposta do São Paulo que estava sendo aguardada na noite desta segunda será aceita se chegar perto do correspondente aos 45% dos direitos econômicos pertencentes ao Santos, de R$ 23,8 milhões. A 10 dias do encerramento do prazo de inscrição de jogadores para o Campeonato Brasileiro, a diretoria está pressionada e não tem mais como mudar a situação. Tanto que o presidente Luis Alvaro de Oliveira nem foi ao jogo de domingo na Vila Belmiro por temer possíveis pressões. Não há mais clima para o meia voltar a jogar pelo Santos.
A esperança da diretoria era de que Grêmio, Flamengo, Fluminense e mais algum grande clube do exterior mandassem proposta por escrito para que o Santos escolhesse a oferta mais vantajosa. Mas como até esta segunda o único clube oficialmente interessado na contratação de Paulo Henrique Ganso era o São Paulo, não será possível realizar o sonhado leilão.
Outro comentário é que os dirigentes já admitem assinar a liberação do jogador caso sejam depositados na conta do clube a sua parte na multa. Há 10 dias, o presidente Luis Alvaro garantia que jamais Paulo Henrique Ganso deixaria a Vila Belmiro sem que o total da multa de R$ 53 milhões fosse depositado em juízo em favor do Santos.
A segunda-feira foi de muitas reuniões. A primeira delas, sem a presença do presidente Luis Alvaro de Oliveira, os responsáveis pelo departamento de futebol e mais Pedro Luis Nunes Conceição, do Comitê Gestor, convenceram Léo a amenizar as críticas à direção santista. Léo atendeu, divulgando nota oficial pela sua assessoria de imprensa e em uma entrevista relâmpago, com apenas três perguntas, no CT Rei Pelé, antes do treino da tarde.
As declarações do lateral-esquerdo, ao sair de campo após o jogo contra o São Paulo, deixaram a diretoria em uma saia justa. Aos 37 anos, com livre trânsito entre cartolas de todas as tendências e ídolo da torcida, Léo falou como legítimo representante do grupo e jogou a torcida contra a cúpula. Disse que Paulo Henrique Ganso merece ser reconhecido e valorizado por sua importância nas grandes conquistas do clube nos últimos dois anos ou então que se decida o seu futuro para que a novela mexicana não se estenda mais. A diretoria acusou o golpe.
Em outra reunião, na Vila Belmiro, foram discutidos os efeitos que poderão provocar a saída de Paulo Henrique Ganso. A estratégia da diretoria para se precaver sobre possíveis acusações futuras é conseguir que o jogador responda oficialmente, em documento assinado, a última oferta de reajuste salarial, que recebeu e recusou no dia seguinte à derrota do time contra o Bahia, na Vila Belmiro, quando foi xingado por um grupo de torcedores e foi alvo de uma chuva de moedas.
