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, 29 maio 2024
 
 

Esportistas têm de lidar com a arte de saber parar de competir

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As últimas semanas têm sido conturbadas no esporte internacional. Dias antes de Ronaldo agitar os bastidores do futebol anunciando a sua decisão de pendurar as chuteiras, o atletismo se agitava com a volta da saltadora Yelena Isinbayeva depois de um ano “sabático” e do nadador Ian Thorpe anunciando seu retorno depois de dois anos de aposentadoria. É fácil constatar: para os atletas está cada vez mais complicado definir quando a carreira deve terminar.
Até mesmo um especialista não tem uma fórmula. Pelé nunca escondeu que o melhor momento de aposentar é no auge da carreira “Mas é difícil saber a hora certa”, admitiu. Que o digam atletas como o surfista Kelly Slater, a tenista Kim Clijsters, o jogador de basquete Michael Jordan ou o piloto de fórmula 1 Michael Schumacher que assim como Thorpe decidiram interromper a aposentadoria e voltar a competir.
Mas os resultados podem variar, mesmo quando um atleta é um “fora de série”. Slater voltou para se tornar o primeiro surfista a conquistar dez títulos. Clijsters fez uma pausa para ser mãe e conseguiu voltar a ocupar o posto de número 1 do mundo no tênis. Já Michael Jordan não conseguiu reviver os tempos de Chicago Bulls no Washington Wizards, mesmo caso de Schumacher, que na última sexta-feira já admitia a dificuldade de brigar pelo título em 2011.
Os psicólogos esportivos Ricardo Cozac, que trabalha no futebol, e Cristina Versari, no basquete da NBA, garantem, cada um em seu ramo, que parar é muito difícil e não raro é preciso ajuda de um profissional para evitar maiores problemas. “Existe uma relação entre a identidade do atleta com aquilo que ele faz por isso quando ele se aposenta, em geral, perde parte da identidade”, disse Cozac. A interrupção pode ter resultados sombrios. “Pode gerar depressão.” E, muitas vezes, segundo ele, acompanhada de álcool e drogas.
Mas, segundo Cozac, nem sempre a tentativa de retorno significa uma fuga de um desajuste na nova vida pessoal. “Muitas vezes o retorno tem a ver com prazer. Você já conquistou tudo o que poderia conquistar e também está independente financeiramente. Então o regresso é um momento de prazer, uma atividade na qual o dinheiro não mais importa”.
Segundo Cristina um atleta pode levar de 4 a 8 anos para se adaptar à nova vida longe do esporte. “O que determina se ele vai se ajustar ou não é a preparação, suporte, bagagem educacional e financeira”. Quando tais fatores são frágeis, aumenta a tentação de tentar retomar a carreira. “Não conseguem encontrar nenhuma outra situação que traga tantos benefícios e emoções como o esporte profissional. Eles voltam porque não existe nada igual em termos de retorno e emoções”.
Cristina não recomenda uma pausa na carreira. “Quando os atletas se afastam perdem o foco e se distraem. Mais descanso e equilíbrio entre as atividades é melhor do que um sabático. Quando um atleta esta descansando tem 10 outros treinando para tomar o seu lugar”. Os dois psicólogos concordam com a ideia de que, em um esporte cada vez mais profissionalizado, é preciso melhorar a preparação dos atletas para o fim da carreira. “Os clubes precisam conscientizar os atletas sobre o limite da carreira já no período de formação”, pregou Cozac. Cristina ressalta que a NBA já faz esse trabalho com seus atletas.

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