Corinthians, em crise, encara o Verdão

Luiz Felipe Scolari comemora neste domingo 300 jogos à frente do Palmeiras, que está invicto no Campeonato Paulista. Enfrenta um técnico que não tem nada para celebrar no comando do Corinthians. A passagem de Tite pelo clube alvinegro, aliás, pode terminar ainda neste final de semana. O treinador dificilmente sobreviverá caso seu time fracasse no clássico do Pacaembu, a partir das 16 horas, pela sétima rodada da competição.
O insucesso na Copa Libertadores ainda ecoa pelos lados do Parque São Jorge. Todo o planejamento de 2011 foi traçado com o time na competição continental e a derrota para o Deportes Tolima, na Colômbia, acabou com todos os sonhos. O tempo para descansar foi pouco e, quatro dias depois, chegou a hora de enfrentar seu maior rival. “A gente se sente pressionado pelos resultados”, admitiu o treinador corintiano. “Quando eles não aparecem, a pressão aumenta. Temos de tentar uma recuperação imediata por mais difícil que isso possa ser”.
Tite foi escolhido pela torcida como um dos culpados pela eliminação. Ele, Roberto Carlos, Ronaldo e Andrés Sanchez, principalmente. O presidente, aliás, bancou a permanência do treinador, mas uma nova derrota neste domingo deve mudar seus planos. Não haveria mais clima para Tite seguir no clube.
O Corinthians entrará em campo pressionado. Apesar de o mando ser do Palmeiras, o torcedor alvinegro promete lotar seus 12,5 mil lugares para protestar. Os times só esperam que o protesto seja pacífico, ao contrário do que ocorreu horas depois da eliminação da pré-Libertadores, quando os muros do Parque São Jorge foram pichados e os carros dos atletas corintianos, depredados. De qualquer maneira, a Polícia Militar estará precavida e reforçada durante todo o domingo.
Tite, porém, terá desfalques. Já confirmou que Ronaldo (lesão na coxa direita), Roberto Carlos e Dentinho – ambos com problemas físicos – não irão atuar, o que não colabora em nada dentro de campo e tampouco para amainar os ânimos da torcida, para quem a ausência do três tem motivação clara, apesar das alegações oficiais.
Fábio Santos permanece na lateral esquerda e, do meio para a frente, o Corinthians é uma incógnita. Danilo e Bruno César pleiteiam lugar no meio, enquanto Edno surge com boas possibilidades de entrar na frente.
No Palmeiras, Felipão comemora a fase do time (16 pontos em 6 jogos) e sua marca de 300 jogos. “É uma situação especial na vida. Nunca pensei em trabalhar em tantos grandes clubes”, falou “Para mim, de Passo Fundo (RS), é um recorde, é histórico, vai ficar marcado na vida da família Scolari”.
SEGURANÇA – Cuidados especiais não vão faltar para o duelo deste domingo. Não bastasse a rivalidade histórica entre ambos, o animosidade entre os próprios corintianos e seu time é um problema mais. Uma reunião na última sexta entre a Federação Paulista de Futebol (FPF) e o 2.º Batalhão de Choque da Polícia Militar definiu o esquema de segurança. Foram colocados 37 mil ingressos à venda e os corintianos tiveram direito 12,5 mil, já que o mando é do Palmeiras.