Sob pressão, Verdão joga para manter chances de título

Restam apenas nove pontos em disputa no Campeonato Brasileiro. Ao Palmeiras, nada mais interessa do que a conquista de todos eles. Com o retrospecto das últimas semanas, o cenário não é nada otimista. Foram apenas seis pontos em oito partidas. Números vergonhosos para o time que liderou a competição por 19 rodadas, investiu alto em contratações e não perdeu nenhum jogador para clubes estrangeiros. Nesta quarta-feira, a partir das 20h50, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, vencer o Grêmio é fundamental para os palmeirenses seguirem vivos na briga pelo título que não conquistam desde 1994.
A pressão é grande no clube. Opositores à atual diretoria palmeirense estão cada vez mais irritados com a campanha do time Não conseguem acreditar que o Palmeiras abriu os cofres para gastar mais de R$ 600 mil mensais apenas com o técnico Muricy Ramalho e o atacante Vágner Love. A bronca também parte de alguns dos próprios dirigentes do clube, insatisfeitos com o resultado atual. Enquanto isso, a torcida mantém a esperança de ver uma reação nas últimas três rodadas.
O apito final da partida no Estádio Olímpico mostrará ao Palmeiras qual será seu caminho nas duas rodadas finais do Brasileirão. Se vencer, assume provisoriamente a liderança e passa a torcer contra São Paulo e Flamengo, que jogam apenas no domingo – atualmente, o rival paulista tem três pontos de vantagem, enquanto o time carioca está com apenas um ponto a mais. A derrota ou o empate diante do Grêmio tiram os palmeirenses da briga pelo título, deixando aberta apenas a possibilidade de ir à Libertadores de 2010.
“O único resultado que nos interessa é a vitória”, avisou Muricy, que ainda acredita na conquista do título. “Difícil é, mas não impossível”, disse o treinador. O problema palmeirense é que o Grêmio ainda não perdeu em casa no Brasileirão. E o Palmeiras, por outro lado, tem tido fraca performance como visitante neste segundo turno – venceu apenas dois dos nove jogos que fez longe do Palestra Itália.
Muricy sabe que o ambiente não é nada bom. Reconhece a apatia do time em campo em alguns jogos. E, por isso, conversou bastante com os jogadores nos últimos dias. Quer, principalmente, que eles deixem o nervosismo de lado na decisão desta quarta-feira em Porto Alegre. “Disse que eles precisam jogar mais livres. Futebol não é essa loucura, tem de ser mais divertido”, ensinou o treinador. “A ansiedade e o nervosismo fazem parte de todos os times que lutam pelo título. Temos de ter tranquilidade e não ficar tão tensos.”
Segundo o técnico, o momento é de passar confiança ao grupo. “Não adianta contar um monte de história. É preciso encher o jogador de informação, mostrar números, como o adversário joga. Ainda temos chances reais”, explicou Muricy, apostando no conhecimento que adquiriu nos últimos três anos, quando foi tricampeão brasileiro pelo São Paulo. “No momento ruim do time eu sou muito bom, sei lidar com a emoção, com a pressão. É aí que eu cresço. Não venha pisar em mim porque vai dar azar, nesse momento é quando eu estou mais forte.”