O logradouro grita por uma revitalização: um espaço bonito, acessível, interativo, de lazer, porém, sem perder de vista sua identidade
A situação de abandono e de marginalidade presentes na Praça dos Carreiros provoca nos moradores um estado de pânico e medo. Em razão disso eles preferem abdicar de seu direito de uso em relação ao espaço interno da praça e se utilizam das calçadas como meio de circulação para chegar às lojas e a outros estabelecimentos que tais.
Diante do óbvio, todas as administrações de prefeitos que se sucederam no município prometeram mudanças e alguns até mesmo chegaram a elaborar projetos e projetos para recuperar a Praça dos Carreiros: teve aquele que até destelhou o coreto e depois de um movimento popular teve que colocar as telhas no lugar; outro tentou mudar o piso original, mas depois o deixou todo remendado. Todavia, o mais audacioso dos projetos foi o que prometeu revitalizar a praça em quatro etapas, entretanto, concretizou apenas a primeira parte: um monumento muito bonito, mas desproporcional, com destaque para duas juntas de bois puxando uma carroça e curiosamente sem o carreiro.
O pior de tudo é que alguns vândalos já picharam o recém-construído monumento, escreveram obscenidades e retiraram parte de seu letreiro. Enquanto isso, a atual Prefeitura e o Ministério Público do Estado (MPE), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Cível de Rondonópolis, firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que a Praça dos Carreiros seja revitalizada.
Aí vem a pergunta que não quer calar: até quando a comunidade vai ter que esperar pelo início de revitalização da praça? Ou melhor, até quando a praça irá suportar?
(*) Luci Léa Lopes Martins Tesoro, Doutora em História Social pela USP, autora do livro “Rondonópolis-MT: um entroncamento de mão única”. E-mail: [email protected]