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Rondonópolis
 
 

A cidade antes da Praça dos Carreiros

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Registro da década de 1970 mostra como era a região central de Rondonópolis, tendo em primeiro plano a área que hoje abriga a Praça dos Carreiros

Espaço urbano e memória – Enquanto as pedras da cidade permanecerem a memória e a história serão sustentadas (Ecléa Bosi). Em Rondonópolis impera o total descaso e falta de sensibilidade do poder público e da coletividade para com as construções e o passado da cidade.
Tal atitude é resultado, entre outras coisas, da falta de enraizamento dos moradores, migrantes na quase sua totalidade, moldados pelo espírito moderno inerente aos deslocamentos constantes, aos quais, na essência, só conta o aqui e o agora…
Nesse contexto, as crônicas individual e familiar perdem sua força, bem como a preocupação com o conhecimento e a integração da vida social local, a essa altura, considerados assuntos supérfluos e secundários – aqui predominam as relações do dinheiro sobre os demais vínculos. Nesses termos o povo e a cidade tendem a ficar sem memória, sem identidade, sem raízes e fadados a morrer de inanição cultural.
Urbanização
Na década de 50 a cidade era acanhada e se assemelhava a uma vila perdida no cerrado. Havia poucos moradores, ainda não existia a ponte sobre o rio Vermelho e a balsa fazia o ir e vir do trânsito local e dos viajantes. O povoado nasceu junto às margens do rio, no início da Avenida Marechal Rondon, em direção à futura Praça dos Carreiros. Ao longo da única avenida desenvolvia-se o comércio e o restante dos moradores vivia ainda com costumes rurais, sem se preocupar com o desenvolvimento urbano local – eram comuns as criações de porcos, galinhas e vacas se espalharem pela cidade.

Vista aérea de Rondonópolis em 1953

A primeira pessoa a se preocupar em organizar o espaço urbano foi o engenheiro Domingos de Lima, que em 1947 inicia uma demarcação geral, com subdivisão em quadras com ruas e avenidas largas e simétricas do quadrilátero central. O projeto criado por Domingos foi baseado no projeto de urbanização confeccionado em 1918 pelo major Otávio Pitaluga para a urbanização da antiga povoação.
As ruas e praças que existiam no mapa, na prática, não se conseguiam distinguir, era um matagal sem fim. O prefeito Daniel Martins de Moura iniciou o desmatamento, mas foi o prefeito Luthero Lopes que conseguiu junto ao governador Ponce de Arruda um patrol e uma máquina para destocar a cidade. Assim ele começou abrir ruas entre a Fernando Corrêa da Costa e a D. Pedro II e, para isso, foi necessário demolir várias casas e árvores. Por exemplo: para fazer passar a rua Otávio Pitaluga e haver a continuação da Av. Marechal Rondon foi sacrificada a frondosa e antiga mangueira que havia naquela confluência – lugar de reunião dos moradores, de bororos e onde as pessoas compravam e vendiam os seus produtos. Houve muito disse me disse e controvérsias por conta desse fato e das demolições de casas em geral.

(*) Luci Léa Lopes Martins Tesoro, Doutora em História Social pela USP, autora do livro “Rondonópolis-MT: um entroncamento de mão única”. E-mail: [email protected]

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