A hidroponia acaba reservando uma série de vantagens não só para o produtor, mas também para o consumidor. Uma das grandes vantagens é a utilização de pequenas áreas para a atividade, sendo interessante opção para pequenos produtores. Em uma área de 2,5 hectares, a produção na Chácara São Francisco, na Vila Goulart, por exemplo, usa apenas cerca de 0,5 hectare.
No sistema, as plantas são colocadas em canais ou recipientes por onde circula uma solução nutritiva, que é composta de água pura e de nutrientes dissolvidos de forma balanceada. A água corrente pelos canais é propiciada por um sistema de bombeamento que funciona 24 horas por dia, com timer (um programador de tempo).
A hidroponista Bruna Dauzacker explica que, inicialmente, as sementes são plantadas em um extrato vegetal, totalmente natural, ficando entre dois a cinco dias para germinação. A próxima fase é a da maternidade, onde as mudas ficam entre sete e dez dias, já em contato com a solução nutritiva na água corrente. Por fim, a planta vai para a bancada definitiva, até o ponto de colheita.
Uma das vantagens para o produtor, segundo Bruna, está justamente no ciclo de produção mais curto. Dependendo da variedade, o ciclo de produção da alface em hidroponia vai de 20 a 35 dias. Em contato com a terra, o ciclo de produção da planta pode chegar até a 70 dias, dependendo da variedade e da época do ano. Com o plantio realizado três vezes por semana, a propriedade sempre tem hortaliças no ponto de colher.
Por não ter contato com a terra, Bruna argumenta que a alface hidropônica não usa agrotóxicos; praticamente não dá pragas; possibilita uma planta mais limpa, com total aproveitamento; sendo ecologicamente correta. A contaminação por lesmas, fungos, insetos e vermes é praticamente inexistente. “O sabor é diferenciado, com uma alface muito mais saborosa, leve e macia. E ainda é orgânico”, analisa, acrescentando que a hortaliça é vendida embalada.
Contudo, o sistema também tem ameaças e cuidados a serem observados. Um dos riscos são doenças que atingem principalmente a raiz. Uma planta doente, por exemplo, pode contaminar toda a produção. Outra atenção que deve ser dada é para as algas. Nesse sentido, toda semana é feita a limpeza das bancadas e do reservatório. “A gente está conseguindo controlar esses problemas, graças a Deus”, disse.
Um dos maiores custos da produção é com energia elétrica, devido ao sistema de bombeamento da água. Nesta época do ano, uma das preocupações são as altas temperaturas e baixa umidade do ar. Para lidar com o clima quente, a propriedade está começando a se valer do sistema de irrigação interno e externo.
Basicamente, todas as verduras podem ser produzidas por hidroponia. Muitas das dúvidas do sistema produtivo, nesse começo de atividade, no caso da produção enfatizada, são tiradas por um grande hidroponista de Rondônia, amigo do casal.
