A China culpou neste sábado os Estados Unidos pela crise dos refugiados na Europa através da agência estatal de notícias “Xinhua”, que exerce habitualmente o papel de porta-voz do governo, e pediu às autoridades americanas para que “ajam imediatamente” para pôr fim à situação.
Em um editorial intitulado “Estados Unidos deveriam acarretar com a culpa da crise humanitária de refugiados na Europa”, a “Xinhua” comenta que “quando milhões de pessoas se horrorizaram ao ver a foto do menino falecido Aylan Kurdi, deveriam compreender que o principal responsável” pela crise de refugiados na Europa são os EUA.
“As principais origens dos refugiados – Síria, Líbia, Iraque e Afeganistão – são alvos das intervenções dos EUA, que levaram à devastação e ao caos, e deterioraram a segurança local e provocaram deslocamentos”, comenta o artigo, que indica pela primeira vez a reação da China à crise.
O texto argumenta que, enquanto os países europeus estão “sendo acusados de sua incapacidade ou sua indiferença” para resolver o problema, os EUA – que o editorial descreve como o “melhor aliado” da Europa – “parecem que não se deram conta de sua obrigação moral para solucionar o desastre e solucionar a base do problema”.
A “Xinhua” insiste nas intervenções militares dos Estados Unidos no Oriente Médio e considera que, apesar de o governo americano ter retirado tropas em países como o Iraque e Afeganistão, “deve continuar carregando a responsabilidade de ter desestabilizado esses países e tê-los deixado no caos”.
“Os EUA devem agir imediatamente e fazer mais para resolver a crise dos refugiados e empregar medidas pensando a longo prazo para contribuir para que os países e regiões afetadas voltem à calma, à estabilidade e a uma vida normal o mais rápido possível”, afirma o editorial.
