Trinta pessoas morreram nesta segunda-feira durante o ataque de mais de doze horas de rebeldes talibãs contra o aeroporto de Karachi, o maior do Paquistão, símbolo do fracasso das tentativas de paz do governo com os rebeldes.
Entre os mortos estão os dez insurgentes que comandaram o ataque na maior cidade e capital econômica do país.
O ataque confirma a fragilidade da segurança no país e as derrotas do Estado nesta área. Ele paralizou o aeroporto, que retoma lentamente suas atividades nesta tarde. Alguns voos já são esperados para pouso, mas as partidas continuam atrasadas devido ao trabalho de inspeção dos aviões, explicou à AFP uma fonte da Aviação Civil.
O ataque ao Aeroporto Internacional Jinnah, na maior cidade do Paquistão, começou pouco antes da meia-noite e prosseguiu até o amanhecer, quando o exército anunciou a morte dos 10 terroristas, que invadiram duas áreas do local com coletes de explosivos, granadas e lança-foguetes.
“O ataque acabou, eliminamos todos os criminosos”, disse o porta-voz da unidade paramilitar do exército, Sibtain Rizvi. As forças de segurança exibiram aos jornalistas armas e mantimentos que supostamente pertenciam aos terroristas.
“Nosso trabalho terminou e vamos devolver o controle do aeroporto à aviação civil”, disse Rizvi.
A ação foi reinvidicada pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP) como represália pela morte de seu líder, Hakimullah Mehsud, em novembro do ano passado em um ataque de drone (avião teleguiado) americano nas zonas tribais do noroeste do Paquistão.
O porta-voz do TTP, Shahidulah Shahid, também rejeitou a oferta do governo para um diálogo e prometeu mais ataques. “O Paquistão utilizou as conversações de paz como uma arma de guerra”, disse à AFP. “Ainda temos que vingar as centenas de mulheres e crianças que morreram nos ataques aéreos contra as zonas tribais”, completou.
O diálogo para acabar com a rebelião armada que o TTP iniciou em 2007 contra o governo do Paquistão começou em fevereiro, mas não apresentou resultados até o momento.
O ataque provoca dúvidas sobre como os insurgentes conseguiram entrar no aeroporto de uma das maiores cidades do mundo e, em geral, sobre a segurança no país.
