Cansado e decepcionado. Assim Gerson Araújo de Oliveira justificou seu pedido de demissão ao então prefeito Zé Carlos do Pátio (PMDB) do cargo de secretário municipal de Governo.
O pedido aconteceu após uma discussão entre Gerson e Pátio no gabinete do prefeito. De acordo com Gerson, a discussão ocorreu por diversos motivos, mas o ponto principal foi o fato dele [Gerson] ter sido designado para tentar reverter a dívida acumulada da Assessoria de Comunicação da Prefeitura que, segundo fontes do A TRIBUNA, chegam a quase R$ 3 milhões, porém, não ter tido autonomia para isso e nem mesmo, conforme ele confessou, total confiança de Pátio. “Em um ano eu não fiz gestão da Comunicação, só gestão de dívidas. Ele [Pátio] passou pra mim que eu teria que cuidar das dívidas da Comunicação, me cobrava o tempo todo sobre isso, mas não me dava autonomia para resolver e tratava destas questões diretamente com o pessoal da Comunicação. Sem autonomia, não tinha como eu resolver o problema, muito menos com outras pessoas passando por cima de minhas determinações”, relatou.
Gerson não citou o nome de ninguém ao falar do “pessoal” da Assessoria de Comunicação, entretanto, ao que tudo indica, ele deveria estar se referindo ao assessor de Pátio, Celson Antônio de Carvalho que, nos bastidores, estava à frente da Assessoria no último ano, desde que a ex-coordenadora de Comunicação da administração municipal, a jornalista Thâmara Carvalho, pediu demissão do cargo no dia 18 de fevereiro de 2011.
Gerson contou que sempre esteve ao lado de Pátio, antes mesmo dele iniciar sua carreira política como vereador e assegurou que colaborou para que o peemedebista colocasse em prática os seus projetos políticos. “Quantas vezes deixei minha família para ajudar o Zé do Pátio. Cuidei do Zé Pátio, mas ele nunca cuidou de ninguém que ajudou ele”, falou em tom de total decepção.
Gerson reclamou de falta de respeito por parte de Pátio e garantiu que não volta mais a trabalhar com o peemedebista. “Hoje foi o ponto final, nem que ele me ofereça um milhão eu volto mais a trabalhar com ele, mesmo que seja em uma gestão posterior”, assegurou.
Sobre a possibilidade de ser chamado pelo novo prefeito, Ananias Filho (PR), a continuar no cargo, Gerson respondeu que aceitaria o convite, mesmo que fosse para um cargo diferente do que ele vinha exercendo.
Gerson, inclusive, foi convidado por Ananias para participar da reunião que acontece hoje, no início da manhã, com todo o secretariado na sede da prefeitura e confirmou a sua participação. “Com o Ananias eu trabalho, com o Zé do Pátio nunca mais”. Ele disse que não tinha conhecimento se Pátio havia acatado ou não seu pedido de exoneração antes de ser afastado do cargo.
Durante coletiva à imprensa, Ananias foi questionado sobre o caso e disse que também não sabia ainda se Pátio tinha aceitado a demissão de Gerson ou não, mas que esperava por ele na reunião do secretariado.
