Pagando caro para ser mal atendido

Todo cidadão que pretende adquirir um veículo, sabe dos enormes encargos que chegam junto a ele. Dizem “é como ter um filho”, e não há quem discorde. Abastecer, manutenção, possíveis acidentes, seguro… Tudo já é contabilizado na cabeça do futuro proprietário. Além disso, não há como esquecer dos encargos devidos ao Estado. Pague o IPVA, pague o seguro DPVAT, pague o licenciamento. Se não pagar, tenha o veículo apreendido.
O que ninguém explica quando você compra o seu tão desejado veículo, ou quando completa os 18 anos e finalmente pode ser habilitado para dirigir, é que o Estado que suga o seu dinheiro não vai te dar o mínimo retorno. Observe o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Mato Grosso, o órgão que mais arrecada para o Estado. São mais de R$ 1 milhão por dia em tributos arrecadados e atendimento pífio em praticamente todas as unidades. Em Rondonópolis a situação já foi bem pior, mas nem por isso é aceitável. Hoje temos um serviço de vistoria que funciona, um posto de atendimento na Câmara de Vereadores que quebra um galho e uma Ciretran que gera muita reclamação.
Quem passa pela Avenida dos Estudantes e vê a fila formada em frente à Ciretran fica espantado. Quem passou no dia de ontem (9), por volta das 11h30, viu pessoas com guarda-chuva para se proteger do sol e, pasmem, um senhor que usou uma telha de construção para proteger a cabeça. Tudo isso em um órgão que arrecada, repetimos, R$ 1 milhão por dia. Existem explicações: “não há necessidade”, “só abre às 12h”, “não precisa chegar tão cedo”, mas, convenhamos que a população, que paga tão caro para ter e manter seu veículo, ou ter o simples direito de dirigir, não pode ser tratada assim.
Se fosse o único problema… Não podemos esquecer também do absurdo para realizar os exames médicos solicitados pelo Detran. A demora é grande, sem falar que é preciso madrugar para conseguir ser atendido. Mesmo pagando caro para passar pelos exames, o tratamento dado é o pior possível. Trata-se de um caso sério o atendimento do Governo do Estado para com o contribuinte, que de gestão em gestão escuta que vai melhorar. Ao que parece, não será nesta gestão de novo.