Mais uma greve

A população Mato-grossense já deve ter perdido as contas de quantas vezes, nos últimos anos, ouviu falar em greve no Departamento Estadual de Trânsito. E agora, mais uma vez, a notícia de uma nova greve em todas as unidades do Estado é anunciada pelos trabalhadores, com início nesta segunda-feira (11).
Quando se fala em greve no Detran, a população pode esperar uma paralisação geral. Isso porque, a autarquia tem servidores que são indicados, e somente essas indicações representam os 30% de serviços que precisam ser mantidos. No caso de Rondonópolis, por exemplo, a expectativa é de que nenhuma repartição do Detran, das três existentes na cidade, funcione. Com isso, quem precisa dos serviços terá que aguardar uma solução para o impasse.
Os servidores cobram reajuste salarial, que conforme eles, não é   oferecido pelo Governo do Estado há quase 6 anos. O governo diz que não tem como oferecer o reajuste. Após oito meses de negociação, sem acordo, a greve é então deflagrada. O que não combina muito com tantos problemas enfrentados pelo Detran, é o volume de dinheiro arrecadado.
O órgão, por dia, recolhe mais de R$ 1 milhão dos contribuintes. E, mesmo assim, suas repartições são precárias na grande maioria das cidades. Dinheiro, pelo visto, não falta, mas falta consenso entre Estado e servidores insatisfeitos. Afinal, o que causa tantos problemas no Detran?
Além dos servidores do Departamento de Trânsito, os servidores do sistema prisional anunciam para esta semana uma assembleia, que também pode resultar em greve. Trata-se de outra categoria que vive em constantes paralisações e cobranças.
O Estado precisa buscar uma forma de atender esse público, as reivindicações que são justas, para que a população pare de sofrer com essas paralisações. Em um Estado que distribuiu volumes de dinheiro para políticos em malas, bolsas e bolsos, mesmo que os crimes tenham sido, em sua grande maioria, na gestão anterior, a falta de dinheiro virou um discurso que não condiz com a realidade vista.
Que o governo negocie com os trabalhadores e dê fim a greve o quanto antes, para que a população não seja mais prejudicada do que já é. O tempo para desculpas passou, é hora de apresentar números, dizer sim ou não, resolver a situação.