Desculpas após carnaval

Interessante ver as argumentações de alguns vereadores para não abrir procedimento investigativo na Câmara Municipal para apurar as denúncias envolvendo a administração municipal na realização do carnaval popular 2017, o “Rondonfolia”.
Conforme noticiado ontem pelo Jornal A TRIBUNA, alguns dos vereadores vêm alegando que a abertura de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) perdeu o sentido porque a empresa responsável pelo carnaval, através de processo licitatório, já vem efetuando os pagamentos dos credores que prestaram serviços no evento.
Ora, o problema do carnaval popular 2017 não é meramente o não pagamento de prestadores de serviços! Existem denúncias de inúmeras irregularidades, assim como já noticiado pelo A TRIBUNA, envolvendo fraudes em licitações para realização do evento, o que pode gerar improbidade administrativa ao prefeito Zé Carlos do Pátio.
São denúncias muito graves para um gestor público que não podem ser toleradas! Ou começamos a fazer as coisas certas de uma vez por todas ou, então, devemos nos conformar com o eterno sistema corrompido de se fazer política que temos no Brasil, marcado por corrupção, ilegalidades e trocas escusas de favores.
A contratação de prestadores de serviços antes mesmo de lançar os editais de licitação para contratação oficial contraria a Lei nº 8.666/93, a chamada Lei das Licitações. Nesse sentido, vale dizer que não são meras ilações, mas que existem provas robustas de que, antes mesmo das duas licitações realizadas para o evento, os vencedores já estavam executando os serviços para a Prefeitura.
Não é porque o Ministério Público Estadual já está no caso que os legisladores não precisam cumprir o seu papel de fiscalização junto ao Executivo, sendo omissos às coisas erradas! Então, para que existem vereadores? Somente para dar nomes em ruas, fazer homenagens em sessões solenes e conseguir favores para seus eleitores?
Não, o tempo da velha política está chegando ao fim! Começou por Brasília, com a Operação Lava Jato, e todos os cidadãos, assim como os rondonopolitanos, almejam que ela possa servir de exemplo e ser espelho para ações semelhantes em todas as esferas do poder, especialmente os municípios brasileiros.