Conquista ou frustração?

Há três anos, a cidade de Rondonópolis recebia o seu primeiro curso de Medicina e, felizmente, oferecido por uma instituição federal de ensino superior, no caso a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A instalação do curso ocorreu dentro de uma visão do Governo Federal de ampliar a oferta de médicos no Brasil, em especial no interior.
Contudo, o curso que era para ser exemplo no campus da UFMT em Rondonópolis vem gerando frustração devido à falta de infraestrutura necessária. Dezenas de alunos das mais diferentes cidades do País se dedicaram nos estudos para passar em um dos cursos mais concorridos e agora se deparam com a falta de condições estruturais para o ensino-aprendizagem.
No ano passado, os estudantes de Medicina do campus já haviam realizado protestos na cidade denunciando os problemas vividos no curso em Rondonópolis. Agora o Jornal A TRIBUNA noticiou que a quarta turma de Medicina do campus está prestes a ingressar e ainda não vai contar com um bloco próprio com salas de aula e laboratórios.
A esperança dos alunos era que logo após a implantação do curso as estruturas necessárias fossem sendo entregues para seu desenvolvimento adequado. Contudo, conforme noticiado, até agora, eles não podem contar com o básico, que seria um prédio próprio. E o pior é que não há previsão para conclusão desse bloco, cujas obras estão paralisadas.
Não podemos negar que as obras em questão sofreram contratempos, mas a gestão pública deveria ser mais eficiente para superá-los. Também não podemos deixar de demonstrar a preocupação quanto aos rumos do ensino superior no governo Temer, que até agora não mostrou a mesma atenção para com o setor que o governo petista. Tanto é que, desde a entrada do novo governo, o projeto de emancipação do campus da UFMT em Rondonópolis não avançou nada no Congresso Nacional.
Infelizmente, o curso de Medicina, que era para ser uma grande conquista para Rondonópolis (e não deixa de ser), vem sendo motivo até agora de frustração e muita preocupação, lembrando que há novos desafios pela frente a serem equacionados, especialmente a garantia definitiva de um local para as aulas práticas. Vamos acompanhar!