Máquina de arrecadar

O sistema de fiscalização eletrônica vem se mostrando uma verdadeira “galinha dos ovos de ouro” na administração municipal, elevando expressivamente a arrecadação a partir de multas de infrações em Rondonópolis. O Jornal A TRIBUNA mostrou uma reportagem ontem noticiando que a arrecadação com multas de trânsito local no ano passado alcançou mais de R$ 5,4 milhões. É muito dinheiro!
Apesar da elevada quantia que passou a engordar os cofres municipais, o cidadão espera que os recursos oriundos dessas multas possam gerar resultados mais expressivos no trânsito local. Afinal de contas, os valores arrecadados obrigatoriamente devem ser usados em melhorias no próprio trânsito. E, diga-se de passagem, a quantia de recursos entre 2014 e 2015, aumentou 47,2% nesse período, representando um acréscimo de mais de R$ 1,7 milhão.
É preciso reconhecer que, conforme dados da municipalidade, o sistema permitiu uma redução na quantidade de acidentes de trânsito na cidade. Apesar disso, é preciso eficiência e efetividade na hora de aplicar esses recursos. Com uma quantia tão expressiva, a Prefeitura, por exemplo, podia destinar recursos para modernização do nosso Aeroporto Municipal, com aquisição de esteira de restituição de bagagens, ampliação emergencial da sala de embarque, entre outros.
Ademais, grande parte desses recursos podia ser usada com mais constância para operações tapa-buracos ou microrrevestimento de pavimentação, haja vista o estado caótico das nossas vias. As destinações a serem dadas à farta arrecadação são as mais variadas possíveis, pois problemas e demandas não faltam no nosso trânsito. Inclusive, já passou da hora de fazer uma nova sinalização turística e dos principais pontos de serviços do município.
Novamente vemos que, apesar de não faltar recurso, faltam boas ideias e eficiência para fazer as coisas acontecerem. A prova está aí, com a farta arrecadação de recursos a partir de multas de trânsito na nossa cidade. O sistema de fiscalização eletrônica não pode ser apenas uma máquina de arrecadar dinheiro, como uma indústria. Agora é preciso que a sociedade veja os resultados na prática dessa arrecadação!