Espaço aos pequenos

As pessoas necessitam trabalhar para prover o sustento de suas famílias. Essa função, no passado, cabia quase que exclusivamente ao pai, no papel de chefe da família. Hoje, cada vez mais, existem famílias que são chefiadas por mulheres. A mulher conquistou, com grandes lutas, muitos direitos. Ainda assim, enfrenta grandes obstáculos para mantê-los. Um dos maiores problemas é onde deixar seus filhos pequenos durante a jornada de trabalho, já que não há vagas em creches em número suficiente para atender a demanda. O problema de falta de vagas não é exclusividade de Rondonópolis. São poucas as cidades brasileiras que não enfrentam a mesma situação. Os investimentos não são feitos, ou então não acompanham o crescimento populacional do país. É um desafio que o poder público precisa enfrentar.
Educadores infantis acreditam que crianças vindas de creches têm mais autonomia, são mais sociáveis e desenvolvem o aprendizado mais rápido. As crianças iniciam seu relacionamento coletivo infantil na creche. Por meio de atividades pedagógicas, elas se desenvolvem e chegam ao ensino fundamental praticamente alfabetizadas. Fora da creche, as crianças perdem um tempo precioso da vida educacional, mães e pais podem não conseguir trabalhar, famílias têm que tirar recursos do pouco que ganham para pagar alguém para cuidar da criança e, em muitos casos, elas acabam ficando sob a responsabilidade dos irmãos mais velhos.
O investimento em creches impacta positivamente a vida das crianças e de suas famílias, além de facilitar a vida dos pais em seu trabalho e afazeres. É preciso ter vontade política de priorizar a qualidade na educação pública, com uma atenção especial a essa etapa da vida. Em nossa cidade, a maior demanda é para crianças de 0 a 3 anos, e o investimento precisa chegar. Educação no Brasil não é levada a sério, todos sabem. Se fosse, poderíamos estar discutindo como melhorar o modelo das creches locais, ampliar horário de atendimento para contemplar também o tempo gasto no transporte, tantas outras possibilidades. Mas, infelizmente, a nossa realidade ainda é a de tentar solucionar o problema da falta de vagas.
A expectativa é que os políticos locais olhem com mais atenção para essa questão, já que ela é sempre muito lembrada em campanhas eleitorais. Parece até que se mais unidades forem construídas, a classe política não terá mais o que prometer em período eleitoral.