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A guerra do Brasil

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O brasileiro sempre se gaba de não enfrentar em território nacional uma guerra civil. Contudo, não há muito o que comemorar com isso. É que, mesmo que não exista oficialmente uma guerra, o País verifica há anos, sem sucesso no processo de contenção, mais mortes violentas do que países em guerra.
Dados preliminares do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta sexta-feira (28), por exemplo, reforçam essa triste realidade nacional. Entre 2011 e 2015, o Brasil registrou 278.839 ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial.
Somente em 2015, conforme os dados do anuário, o Brasil contabilizou um assassinato a cada 9 minutos, ou 160 mortos por dia. São números que se espalham por todo o território brasileiro, incluindo médias cidades. Um exemplo é que o Estado de Mato Grosso contabiliza um assassinado a cada 6 horas.
Por outro lado, a Síria, país em guerra, teve 256.124 mortes violentas entre março de 2011 e dezembro de 2015, de acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria. Apesar da gravidade da situação brasileira, como mostra essa comparação, as autoridades e a sociedade do Brasil “ignoram” esse problema.
É uma verdadeira guerra do dia a dia que os brasileiros testemunham próximos de casa. Até em Rondonópolis, uma cidade de médio porte, infelizmente, enfrenta as consequências dessa violência nacional, com casos estarrecedores. O pior é que, mesmo a situação brasileira sendo mais sangrenta do que a de países em guerra, a grande maioria da população não age, se acomoda.
A próxima vítima no Brasil pode ser qualquer um, considerando a gravidade do problema e limitações existentes no País. Mas, enquanto o Estado teima em não assumir a segurança pública e o avanço social como prioridades, vamos continuar a presenciar essa guerra na porta das nossas casas.
Alguns estados do Brasil têm conseguido diminuir os índices de criminalidade com políticas públicas específicas, mas, ainda assim, concentram altas taxas de mortes violentas intencionais. Mas temos que considerar que são sementes que estão sendo plantadas, que precisam ser cuidadas para que os frutos possam ser colhidos futuramente.
Enfim, o governo considera mais importante para a nação cuidar das questões econômicas, como o avanço na contenção dos gastos públicos, com reformas política, tributária, previdenciária e trabalhista, do que promover uma ampla revisão nos fatores que interferem na segurança pública, incluindo uma reforma na legislação, sistema penitenciário e polícias, não dando espaço para a impunidade…
Aí vem a pergunta: do que adianta poder trabalhar, conseguir comprar casas, carros e eletros e não ter vida para usufruí-la?

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  1. Extremamente oportuno o editorial de A TRIBUNA.
    A guerra que vivemos aqui é bem mais antiga que 2011.
    Mas, parece que criar guarda municipal isso se resolve.
    Piada de mau gosto.
    Os estados federados perdem essa guerra por ineficiência, por incompetência própria e do governo federal.
    Inventam-se besteirol como polícia pacificadora, garantindo a atuação tranquila da bandidagem e joga-se montanhas de dinheiro no lixo.
    Votar bem para deputado é o único caminho para mudar de verdade essa loucura que vivemos.
    Afinal é o único representante do povo capaz de fazer leis organizando o ESTADO BRASILEIRO de forma diferente da atual fracassada forma.
    Fora isso é esperar o próximo salvador da pátria, enquanto 50000 morrem por ano.
    E olha que aí não entraram os mortos e feridos do trânsito.
    Parabéns pelo foco certeiro.

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