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, 20 maio 2024
 
 

Uma grande utopia

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Caso algum otimista tinha a esperança de que com a minirreforma eleitoral as doações para campanhas seriam limpas, ao menos as eleições 2016 estão mostrando que essa situação continua sendo uma grande utopia. As doações de empresas foram proibidas, ótimo, mas foi mantida a doação de pessoa física. Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o valor de doações eleitorais realizadas por beneficiários do programa Bolsa Família superou R$ 15.970 milhões até a última segunda-feira (19).
Presume-se que os beneficiários do programa são pessoas carentes, que não têm condições de realizar doações volumosas. A conclusão é óbvia: a fraude está acontecendo, é fato, pessoas sendo usadas como “laranjas”, pessoas que não têm o direito de receber o bolsa família inscritas no programa, pessoas que tiveram seus CPFs clonados, as possibilidades são muitas. As situações são nitidamente possíveis, cabe ao TSE apurar e punir.
O fato é que chama a atenção mais uma vez as mazelas que a classe política encontra para infringir a lei. Não há tempo ruim, sempre é possível driblar, omitir, adulterar, fraudar… A criatividade, neste caso, é infinita. Já pensou se a mesma inteligência usada para fins escusos fosse utilizada para beneficiar a população? Para trabalhar em prol do povo? O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, tem defendido que as eleições deste ano serão “um experimento institucional”, em razão das novas regras. O ministro já alertava desde o início que a modalidade doação física geraria um modelo mais amplo de fraude – o que apelidou de “laranjal” – bem como a proliferação de CPFs falsos para fraudar doações de campanha. Era previsível, está acontecendo, e é necessário que para as próximas eleições as mudanças na lei eleitoral sejam ainda mais significativas, ou a festa continuará.
É difícil acreditar que algum dia as eleições no Brasil terão todos os candidatos absolutamente honestos, campanhas limpas e justas, infelizmente, as pessoas de boa índole que se envolvem no meio político são raras exceções. O eleitor que busca dar o seu voto para quem vai trabalhar em prol da população, para quem tem vontade política, para quem quer usar a política para fazer o bem e não enriquecer, ou não enriquecer ainda mais, sempre encontrará dificuldade. O eleitor precisa olhar para o seu candidato e ter esse discernimento, precisa ser consciente. Não será a justiça que mudará a política brasileira, a mudança só chegará algum dia por meio do voto, por meio de nós. Se não fizermos a nossa parte, não adianta reclamar.

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