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Rondonópolis
 
 

O desabafo do coronel

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Rondonópolis é uma cidade violenta, com índices de crime contra a vida assustadores e uma população que se sente amedrontada perante a criminalidade. E em que Rondonópolis se diferencia das demais cidades brasileiras de porte semelhante? Em nada! A violência é generalizada, não há lugar seguro.
Em nossa história recente, a segurança tem sido amplamente debatida, aliás, a cidade já pode ser considerada a capital da teoria. Aqui se discute tudo, mas não se chega a lugar algum. Em todos os debates relacionados à segurança em Rondonópolis, a Polícia Militar está presente. Deve estar e ser cobrada? É claro!
Mas, é preciso entender um pouco melhor qual o conceito de segurança pública. Seria somente a PM a responsável por manter a segurança? E os outros agentes da segurança, onde estão? A educação vai bem? O acesso a cultura, lazer, esporte? O acesso a oportunidades de trabalho e qualificação profissional? O bom uso dos espaços públicos? A investigação? A solução de crimes? A punição exemplar? Falhas, falhas e falhas… Falhas que sempre estouram nas mãos dos policiais militares, os que estão nas ruas, na linha de frente.
Talvez por isso, o desabafo do comandante regional da PM, tenente-coronel Edgar Maurício, possa ser entendido. Ele respondeu até com certa rispidez cobranças de funcionários de unidades de saúde da região da Vila Birigui, que colocaram na conta da PM tudo de ruim que acontece nas redondezas. Está certo o comandante? Não. É possível responder que a responsabilidade não é apenas da polícia, mas que a polícia vai tentar melhorar a parte que lhe cabe, usando palavras adequadas e a calma que o cargo necessita.
Talvez tenha sido uma forma de desabafo. Perante pessoa digna que é, já deve ter se arrependido. Mas se é preciso que a polícia trabalhe, é preciso que a sociedade a cobre, e cobre também todos os responsáveis por garantir que as coisas funcionem de forma melhor neste País. A amplitude dos temas e problemas afetos à segurança pública alerta para a necessidade de qualificação do debate sobre segurança e para a incorporação de novos atores, cenários e paradigmas às políticas públicas.
O problema da segurança, portanto, não pode mais estar apenas adstrito ao repertório tradicional em Rondonópolis, de que “a polícia não prende bandidos, apenas motos de trabalhadores”. Evidentemente, a polícia deve ser cobrada perante as suas responsabilidades, quando percebe-se que o cumprimento delas na cidade está longe de ser perfeito. Porém, a sociedade tem também que se aprofundar mais na discussão e direcionar a cobrança a todos os responsáveis, que precisam ter capacidade de gerir a violência e as políticas públicas.

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