É hora de cruzar os dedos

A presença de um ministro é sempre muito bem-vinda, pelos benefícios que podem chegar juntos. Na última semana, Gilberto Kassab, ministro das Cidades e que já esteve no Estado de Mato Grosso por algumas vezes este ano, passou por Rondonópolis e anunciou um convênio para obras de saneamento. O convênio garante um recurso de R$ 14,2 milhões para obras em bairros que ainda não dispõem de rede de esgoto, e eles são muitos, conforme relação que conferimos a seguir: Sagrada Família, Parque São Jorge, Colina Verde, Jardim Santa Clara, Vila Romana, Jardim Maria Tereza, Jardim Maracanã, Jardim Morumbi, Vila Mamed, Vila São Paulo, Estrela D’alva, Vila Rosely, Vila Alvorada e Cidade Salmen.
O que causou bastante estranheza foi o anúncio por parte da prefeitura de que com as obras nestes bairros, a cidade chegaria a 100% de esgoto tratado. Para citar exemplos, os bairros Jardim Atlântico e Jardim Europa, cujos moradores ainda se utilizam das fossas sépticas, não estão na lista de beneficiados. A região do Grande Conquista, que compreende os bairros Alfredo de Castro, Conquista e Ananias Filho, também não. Por lá, inclusive, falta tudo.
Como se chega a 100% se bairros vão ficar para trás? Talvez, por meio de outros convênios, os bairros possam receber as melhorias futuramente, mas até agora, pelo que se sabe, não se contabiliza algo que ainda não existe. Quem sabe também, a prefeitura possa em uma próxima oportunidade, explicar melhor como funciona esta conta.
Mas, deixando de lado um pouco os percalços existentes para se viver em Rondonópolis, outro ponto da visita do Ministro também deve ser levado em consideração. A famigerada obra da canalização do Córrego do Canivete, ao que parece, será retomada, já que os recursos são originários do Ministério que Kassab comanda.
A obra foi iniciada há 6 anos, ainda no governo de Blairo Maggi e teve pouco mais de 300 metros do total de 2 quilômetros previstos no projeto original concluídos, um tapa na cara dos moradores de diversos bairros que margeiam o córrego.
O momento é de cruzar os dedos e torcer para que a obra do canivete e a verba para o saneamento realmente cheguem, já que os tempos são incertos até para o próprio Ministro, que é da base política do governo e tal qual a presidente Dilma, não sabe se fica ou se sai. A agenda hoje em Brasília, em qualquer ministério, atende por um nome só: ‘impeachment’.