A nossa torcida é pelo Brasil

14Um clima quase carnavalesco toma conta da população favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, que já se programa para no próximo domingo acompanhar pelas ruas do País a votação pela Câmara Federal, que deve, pelo que se viu até o momento, aprovar com certa folga o impeachment da presidente. É claro que o processo não termina por aqui, já que o rito do impeachment prevê que a decisão seja levada ao Senado Federal, mas a festa, esta já está marcada e promete ser grande.
Dadas as circunstâncias em que chegamos, o fato é que não há mais sustentação para o governo. Com ou sem o impeachment, a crise vai continuar. Se permanecer no cargo, a presidente, sem apoio popular e nenhuma representatividade no Congresso, inclusive agora tendo o seu vice como desafeto e o PMDB na oposição, não terá condições de governar. Sendo assim, a crise política empurrará a economia do País, que já anda mal das pernas, ainda mais para o buraco.
O Brasil vive uma total paralisia, basta andar pelas ruas do centro de Rondonópolis e observar o comércio: ninguém compra, ninguém vende. Ninguém investe e quem tem algum dinheiro, segura com medo do que está por vir.
Renunciar? Não parece uma palavra que pode ser ligada a uma mulher que enfrentou a ditadura militar, goste você dela ou não. A presidente e sua militância prometem luta, mas é notório que o número de defensores é bem menor do que os que querem a queda do governo.
De qualquer forma, apesar da necessidade de resolução desta crise de forma rápida, o Brasil já sai perdendo quando deputados brincam com um assunto tão sério, debocham do sofrimento da população, fazem bolão na Câmara para adivinhar o número de votos no processo de impeachment. Estamos muito bem servidos, não é mesmo? E nem podemos reclamar, nós os elegemos.
A situação é a seguinte: temos uma presidente sem condição de governar, um vice-presidente que é considerado o articulador da queda do seu próprio governo, um presidente da Câmara tão articuloso que conseguiu tornar o seu próprio processo de cassação o mais demorado da história, um líder da oposição que se esqueceu que é senador e desde as últimas eleições não fez outra coisa da vida a não ser chorar sua derrota para presidente. A política no Brasil daria um filme de humor digno de Oscar! Outros afirmam que, na verdade, daria um filme de terror!
Nos resta aguardar o que vem depois de domingo, a segunda-feira pode ser indigesta para alguns, boa para outros, uma saída para o País, um aprofundamento da crise. Fica difícil fazer boas ou más projeções, a situação é de caos político. Comemore uma queda, sofra por um golpe, esteja do lado que estiver, não se esqueça de torcer para o Brasil se levantar.