Falta vontade

Existem situações que só não podemos chamar de engraçadas, porque são extremamente absurdas. É o caso do processo de instalação de um topógrafo computadorizado no Hospital Regional de Rondonópolis que já se arrasta, acredite ou não, há mais de um ano. O Estado não conseguiu, em 12 meses, por em funcionamento um aparelho para a realização de exames. Seria cômico, se não fosse trágico. O anúncio da aquisição do novo aparelho foi feito no início de 2015. Hoje, a informação é de que em março ele estará funcionando.
A fila para a realização de exames deste tipo já ultrapassa a marca de 600 pessoas neste início de ano. Isso, em Rondonópolis, porque ainda existem os números dos outros municípios da região para serem agrupados nesta triste realidade. Hoje, quem precisa de exames de tomografia pelo SUS precisa se deslocar até Cuiabá para ser atendido.
Trata-se de um conjunto de omissões de gestores que desenham um quadro desanimador. Pode-se se dizer isso pela dificuldade em se conseguir firmar um convênio para a realização de cirurgias de alta complexidade no Município, pela dificuldade que se teve para conseguir a instalação de leitos de UTI, pela dificuldade em se conseguir um convênio para a operação desses leitos, enfim…
São desanimadoras as perspectivas para os usuários do SUS que dependem de atendimento gratuito. Precisar viajar mais de 200 quilômetros por uma rodovia extremamente perigosa para fazer um exame, é no mínimo absurdo. Com tudo pronto para que o tomógrafo atenda a população e os exames comecem a serem realizados aqui, percebe-se uma verdadeira falta de vontade para resolver o problema. Os pobres, aqueles que realmente precisam, os que não podem pagar planos e seguros, são as maiores vítimas da situação.