Vários pontos da reforma política começaram a ser discutidos nesta semana na Câmara Federal. As votações vêm gerando muitos embates, com posicionamentos com pontos de vistas bastante divergentes. O problema é que, até agora, a sociedade tem visto prevalecer os interesses partidários na tão esperada reforma política, aos invés, dos interesses da população.
Inicialmente, o sistema eleitoral chamado de distritão foi rejeitado pela Câmara. Com o distritão, passaria a prevalecer o voto majoritário para eleição de cargos no Legislativo. A população até hoje não consegue entender como candidatos com mais votos não se elegem no Legislativo e outros com menos votos conseguem uma vaga. Mas os parlamentares entendem que deve prevalecer o pensamento partidário, o sistema proporcional.
Outra discussão foi em relação à reeleição. A Câmara Federal votou pelo fim da reeleição para Prefeito, Governador e Presidente da República. Nesse caso, acreditamos que o voto foi acertado, pois a população não vinha concordando com essa prática. As mazelas enfrentadas atualmente pelo País, com o 2º mandato da presidente Dilma, podem ser fruto da prática da reeleição. Além disso, é comum, em nome da reeleição, o uso da máquina pública e deixar de lado a administração em nome da campanha.
Um terceiro ponto votado pelos deputados federais foi quanto ao financiamento privado. Acabou sendo aprovada a doação de empresas privadas a partidos políticos, contrariando o pensamento popular. Vale ressaltar que o financiamento privado é perigoso e pode ser uma brecha para os contínuos e antigos casos de corrupção que temos visto no Brasil, nos quais empresas fazem doação em campanha esperando algo em troca.
Infelizmente, temos visto aprovações na Câmara Federal quanto à reforma política meramente de fachadas, com pequenas mudanças. O correto seria abrir essa discussão para que a sociedade, a mais interessada, pudesse entender e decidir. O povo é quem deveria decidir os rumos da reforma política, mas, mais uma vez, a vontade popular vai sendo preterida diante dos interesses particulares…
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