Força da mobilização

Os caminhoneiros autônomos estão mostrando para o Brasil a força da categoria. Desde a semana passada, o movimento originado em Mato Grosso vem espalhando para outros estados do Brasil e chamando a atenção da sociedade. Entre as principais reivindicações estão a redução do preço do óleo diesel e o aumento dos valores pagos pelos fretes, que tiveram redução recentemente.
Os caminhoneiros alegam que estão, praticamente, pagando para trabalhar diante do expressivo valor do óleo diesel e dos baixos preços pagos pelos fretes. Com o fortalecimento do movimento, já é cogitado o risco de desabastecimento de uma série de produtos para os consumidores brasileiros, inclusive de combustível.
Não é demasiado falar que a principal matriz de transporte brasileira é a rodoviária, por onde passa grande parte das riquezas nacionais. A conta das dificuldades enfrentadas pelo setor de transportes no Brasil acaba sendo dividida com a população, já que os custos da ineficiência logística são repassados para os consumidores finais.
É por tudo isso que o governo precisa avaliar meios para minimizar os custos para os caminhoneiros. Uma das questões que precisam ser revistas com urgência é a diminuição da alíquota do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) em Mato Grosso, considerada extremamente onerosa (17%).
Há anos que o Governo de Mato Grosso vem onerando e tirando a competividade das empresas mato-grossenses com elevados índices de ICMS, incluindo o óleo diesel. Como estamos vendo não se trata apenas de cobrar medidas para ajudar o setor de transportes, mas toda a sociedade, que acaba pagando os custos da alta carga tributária em nosso País.
Esse momento de protestos também é hora de negociar junto a tradings uma maior remuneração nas tarifas de fretes, não esperando intervenção apenas do poder público. É hora de agir e evitar um colapso no abastecimento nacional…