Para manter o controle da situação

A realização de uma megarrevista na semana passada trouxe à tona uma situação lamentável na penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis. Conforme informado pelo Jornal A TRIBUNA, descobriu-se uma verdadeira loja de telefonia dentro da unidade prisional, com mais de 120 aparelhos celulares, centenas de carregadores e fones de ouvidos e até uma rede de internet, sob a posse dos detentos. Trata-se de uma situação lamentável e vergonhosa.
Primeiramente, há de se lembrar a grande periculosidade da posse desses aparelhos por parte dos detentos, que costumam utilizá-los para aplicação de golpes e trotes diversos em pessoas livres na sociedade. Em segundo lugar, não há como não questionar a forma que toda essa imensa quantidade de objetos deu entrada na unidade prisional. Somente nos leva a acreditar que estava havendo a conivência/suborno de alguns agentes prisionais e policiais que atuam no local.
Realmente é preciso pulso firme da nova direção da Mata Grande, que deve primar por revistas rigorosas e frequentes na unidade. Sem desconsiderar os direitos legais dos detentos, o controle da penitenciária deve ser feito com disciplina, austeridade e objetivando a moralização, sem a permissão de interesses escusos. A existência de regalias para detentos que estão pagando por suas penas não deve ser toleradas.
Esperamos que a ordem possa ser estabelecida de fato na Mata Grande, com o controle efetivo do Estado. A penitenciária não pode funcionar sob as ordens dos detentos, tal qual uma central do crime. Nesse sentido, é preciso que o Governo do Estado amplie a fiscalização sobre os diretores das unidades prisionais de Mato Grosso, para evitar essas situações inaceitáveis pela sociedade.
Inclusive, caso a Mata Grande continue tendo o controle dos detentos, a violência tende a continuar em alta em Rondonópolis. Acreditamos que muitos dos assassinatos ocorridos nos últimos anos na nossa cidade foram determinados e autorizados a partir de dentro da Mata Grande. Essa situação não pode mais continuar. Que a boa vontade da nova direção não seja algo passageiro ou que se encurve diante das pressões e ameaças…