A Copa em Cuiabá

A vinda da Copa do Mundo para o Brasil e mais precisamente o fato de Cuiabá ter sido escolhida como uma das sedes do Mundial no Brasil, é fato de orgulho para nós matogrossense. Sabemos que brigamos com outras cidades, algumas até com melhor infraestrutura, como o caso de Goiânia que ficou fora das sedes.
Na última quinta-feira, a Fifa anunciou que Cuiabá vai receber quatro jogos, todos na primeira fase da competição. Pela pré-tabela da Fifa, a nossa capital deve receber apenas uma seleção considerada cabeça de chave, que fará apenas uma partida na Arena Pantanal,  estádio que está sendo construído depois da demolição do Verdão.
Isso significa que a maioria dos jogos que serão realizados em Cuiabá será partidas em que seleções medianas estarão envolvidas, mesmo assim temos que mostrar competência como anfitriões e nada pode dar errado, pois boa parte do Mundo estará com os olhos voltados para nós.
O problema é que apesar de ser um privilégio receber uma competição como a Copa do Mundo, a questão é que a política voltada para Copa, desenvolvida pelo estado de Mato Grosso, não é clara.
Pelo visto, até o momento gastou-se muito em algumas estruturas que não deram certo, como foi o caso da Agecopa, uma Agência que parecia uma prefeitura paralela de Cuiabá, com o foco apenas na realização de obras. Hoje, o governador Silval Barbosa percebeu que da forma que foi concebida a Agecopa não poderia funcionar e prudentemente extinguiu a autarquia, transformando o que restou da estrutura em um secretaria de Estado, que de certo modo é mais enxuta e gasta-se um volume menor de recursos.
Por outro lado, também é preciso levar em consideração que houve muita discussão em torno do modal que vai atender a demanda de transporte entre a capital e o aeroporto de Várzea Grande, a mobilidade urbana. Até hoje ainda restam dúvidas se o transporte será o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), o preferido e aprovado pelo governo, ou os ônibus articulados (BRT), que apresentaram um orçamento bem mais baixo.
Por fim, devemos também lembrar que a nossa capital não precisa apenas melhorar a infraestrutura de trânsito e transporte. Cuiabá vai precisar com urgência resolver as carências de saúde pública e saneamento básico para atender a demanda de ser uma das sedes da Copa do Mundo de maneira decente. Portanto, há pela frente um árduo trabalho a ser feito que vai muito além da construção de um belo estádio.